Disputas pelas memórias: reflexões a partir do filme O Caseiro (2016), de Jonathas de Andrade
Carregando...
Data
2025-05-13
Autores
Almeida, Luísa Estanislau Soares de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Este trabalho reflete sobre as disputas pelas memórias no Brasil, tendo como objeto o filme O Caseiro (2016, 7’04”), do artista visual Jonathas de Andrade, vinculado à virada decolonial na arte contemporânea brasileira. A obra reencena o documentário O Mestre de Apipucos (1959, 7’40”), de Joaquim Pedro de Andrade, que retrata um dia na vida de Gilberto Freyre, colocando um fictício Caseiro nos mesmos espaços da casa de Apipucos, em Recife. A reprodução das cenas, em duas telas simultâneas, coloca lado a lado o passado e o presente, levantando questões sobre raça/branquitude, classe, gênero/masculinidade e trabalho. A pesquisa busca compreender como se configuram as disputas pelas memórias em O Caseiro, investigando as relações de poder vinculadas a essas temáticas e observando os contextos históricos e artísticos da obra, através da realização de uma análise fílmica. O estudo pretende contribuir para o entendimento da produção de obras audiovisuais contemporâneas que reelaboram a história brasileira, com destaque para aquelas criadas por artistas que têm o Nordeste como lugar de enunciação. A partir de uma abordagem interdisciplinar, o trabalho deseja ampliar o debate sobre arte contemporânea, memória e decolonialidade, evidenciando o papel das artes visuais nas disputas pelas narrativas históricas no Brasil.
Resumen
Este trabajo reflexiona sobre las disputas por las memorias en Brasil, teniendo como objeto la película O Caseiro (2016, 7'04"), del artista visual Jonathas de Andrade, vinculado al giro decolonial del arte brasileño contemporáneo. El corto recrea el documental O Mestre de Apipucos (1959, 7'40"), de Joaquim Pedro de Andrade, que retrata un día en la vida de Gilberto Freyre, situando a un trabajador casero ficticio en los mismos espacios de la casa de Apipucos, ubicada en Recife. La reproducción de las escenas, en dos pantallas simultáneas, sitúa el pasado y el presente uno al lado del otro, planteando cuestiones sobre raza/blancura, clase, género/masculinidad y trabajo. La investigación pretende compreender cómo se configuran las disputas sobre las memorias en O Caseiro, investigando las relaciones de poder vinculadas a estos temas y observando los contextos históricos y artísticos de la obra, a través de un análisis de la película. El estudio pretende aportar para la comprensión de la producción de obras audiovisuales contemporáneas que reelaboran la historia brasileña, en particular las creadas por artistas cuyo lugar de enunciación es el Nordeste. A partir de un abordaje interdisciplinario, el trabajo desea ampliar el debate sobre el arte contemporáneo, memoria y decolonialidad, destacando el papel de las artes visuales en las disputas sobre las narrativas históricas en Brasil.
This work reflects on the disputes over memories in Brazil, using as its study object the film The Housekeeper (O Caseiro, 2016, 7'04"), by visual artist Jonathas de Andrade, linked to the decolonial turn in contemporary Brazilian art. The work re-enacts the documentary O Mestre de Apipucos (1959, 7'40"), by Joaquim Pedro de Andrade, which portrays a day in the life of Gilberto Freyre, placing a fictitious housekeeper in the same spaces of the house at Apipucos neighborhood, in Recife. The mirroring of the scenes, using a split-screen, places past and present side by side, raising questions about race/whiteness, class, gender/masculinity and work. The research seeks to understand how disputes over memories are configured in The Housekeeper, investigating the power relations linked to these themes and observing the historical and artistic contexts of the work through a film analysis. The study aims to contribute to an understanding of the production of contemporary audiovisual works that redrafts Brazilian history, especially those created by artists whose place of enunciation is the Northeast of the country. Based on na interdisciplinary approach, the work aims to broaden the debate on contemporary art, memory and decoloniality, highlighting the role of the visual arts in disputes over historical narratives in Brazil.
This work reflects on the disputes over memories in Brazil, using as its study object the film The Housekeeper (O Caseiro, 2016, 7'04"), by visual artist Jonathas de Andrade, linked to the decolonial turn in contemporary Brazilian art. The work re-enacts the documentary O Mestre de Apipucos (1959, 7'40"), by Joaquim Pedro de Andrade, which portrays a day in the life of Gilberto Freyre, placing a fictitious housekeeper in the same spaces of the house at Apipucos neighborhood, in Recife. The mirroring of the scenes, using a split-screen, places past and present side by side, raising questions about race/whiteness, class, gender/masculinity and work. The research seeks to understand how disputes over memories are configured in The Housekeeper, investigating the power relations linked to these themes and observing the historical and artistic contexts of the work through a film analysis. The study aims to contribute to an understanding of the production of contemporary audiovisual works that redrafts Brazilian history, especially those created by artists whose place of enunciation is the Northeast of the country. Based on na interdisciplinary approach, the work aims to broaden the debate on contemporary art, memory and decoloniality, highlighting the role of the visual arts in disputes over historical narratives in Brazil.
Abstract
Descrição
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em História.
Palavras-chave
poder (ciências sociais), História brasileira, decolonialidade, artes visuais