Imperialismo e recursos estratégicos - a Bolívia e a geopolítica do lítio

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Data

2025-05-22

Autores

Costa, Lorena Gomes Gonzaga da.

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Resumo

Essa dissertação investiga a governança do lítio da Bolívia (2006-2024) no contexto de transição energética e de transição hegemônica. A crescente demanda por lítio, impulsionada pelo avanço dos veículos elétricos e da descarbonização global, posiciona a Bolívia como um ator estratégico no cenário internacional. No entanto, a exploração desse recurso ocorre em um ambiente de instabilidade política, disputas econômicas e influência externa, imperialismo e dependência. A hipótese dessa pesquisa parte de que, devido à estrutura, à dinâmica capitalista, à relação social de poder que se materializa na economia, na política e na cultura, independentemente da hegemonia vigente no sistema internacional, a Bolívia se mantém em uma posição subordinada. Como orientação teórica, este trabalho parte dos conceitos de imperialismo e hegemonia fundamentados em Lênin e Gramsci, respectivamente. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a influência da geopolítica da transição energética na governança do lítio na Bolívia em contexto de competição interimperialista neste período de transição hegemônica. Para isso, esse trabalho busca atualizar a inserção da Bolívia na dinâmica capitalista global, analisar a geopolítica de transição energética em cenário de transição hegemônica e investigar os atores presentes na governança do lítio na Bolívia em um contexto de transição energética. A metodologia utiliza da abordagem qualitativa baseada em análise documental, revisão bibliográfica e de entrevistas com atores políticos e cidadãos envolvidos na governança do lítio. A pesquisa abrange o período de 2006 a 2024, que inclui a nacionalização dos recursos naturais sob Evo Morales, as mudanças políticas após sua destituição e os desdobramentos mais recentes da exploração do lítio no país. Os resultados demonstram que, embora a Bolívia tenha buscado modelos alternativos de governança dos seus recursos naturais, pressões externas, instabilidades internas e desafios tecnológicos dificultam a construção de uma estratégia soberana para o setor. Dessa forma, a transição energética global, ao invés de oferecer uma ruptura com os ciclos históricos de dependência, reafirma novas formas de subordinação no sistema internacional. A dissertação contribui para os debates acadêmicos sobre geopolítica de recursos naturais, transição energética e hegemonia global, oferecendo uma análise crítica sobre os desafios enfrentados por países ricos em matérias-primas estratégicas diante das disputas pelo controle da nova economia verde. Resumen Esta tesis investiga la gobernanza del litio en Bolivia (2006-2024) en el contexto de la transición energética y la transición hegemónica. La creciente demanda de litio, impulsada por el avance de los vehículos eléctricos y la descarbonización global, posiciona a Bolivia como un actor estratégico en el escenario internacional. Sin embargo, la explotación de este recurso se da en un entorno de inestabilidad política, disputas económicas e influencia externa, imperialismo y dependencia. La hipótesis de esta investigación es que, debido a la estructura, la dinámica capitalista, la relación social de poder que se materializa en la economía, la política y la cultura, e independiente del Estado hegemónico, Bolivia permanece en una posición subordinada en el contexto de la transición energética, debido a la ideología de acumulación de capital. Como orientación teórica, este trabajo parte de los conceptos de imperialismo y hegemonía basados en Lenin y Gramsci, respectivamente. Esta investigación tiene como objetivo general analizar la influencia de la geopolítica de la transición energética en la gobernanza del litio en Bolivia en el contexto de la competencia interimperialista en este período de transición hegemónica. Para ello, este trabajo busca actualizar la inserción de Bolivia en la dinámica capitalista global, analizar la geopolítica de la transición energética en un escenario de transición hegemónica e indagar sobre los actores presentes en la gobernanza del litio en Bolivia en el contexto de la transición energética. La metodología utiliza un enfoque cualitativo basado en el análisis documental, revisión bibliográfica y entrevistas a políticos involucrados en la gobernanza del litio. La investigación abarca el período de 2006 a 2024, que incluye la nacionalización de los recursos naturales bajo el gobierno de Evo Morales, los cambios políticos tras su destitución y los desarrollos más recientes en la exploración de litio en el país. Los resultados demuestran que, si bien Bolivia ha buscado modelos alternativos de gobernanza para sus recursos naturales, las presiones externas, las inestabilidades internas y los desafíos tecnológicos dificultan la construcción de una estrategia soberana para el sector. De este modo, la transición energética global, en lugar de ofrecer una ruptura con los ciclos históricos de dependencia, reafirma nuevas formas de subordinación en el sistema internacional. La tesis contribuye a los debates académicos sobre la geopolítica de los recursos naturales, la transición energética y la hegemonía global, ofreciendo un análisis crítico de los desafíos que enfrentan los países ricos en materias primas estratégicas ante las disputas por el control de la nueva economía verde.

Abstract

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Relações Internacionais.

Palavras-chave

transição energética, Bolívia, lítio, hegemonia

Citação

Costa, Lorena Gomes Gonzaga da. Imperialismo e recursos estratégicos: a Bolivia e a geopolítica do lítio. 2025. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Integração Latino Americana. Instituto Latino Americano de Sociedade Economia e Política. Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais. Foz do Igraçu-PR. 2025.