Maré Mãe: roteiro de longa-metragem ficcional

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Data

2025-08-12

Autores

Santos, Élida Fátima Bueno de Oliveira dos

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Resumo

Maré Mãe é um roteiro de longa-metragem que se insere no gênero drama, incorporando elementos de comédia para criar alívios cômicos em uma narrativa profunda. A obra questiona estereótipos associados à maternidade e à terceira idade, utilizando uma perspectiva feminista que desafia as narrativas patriarcais tradicionais. Os temas centrais incluem maternidade, conflitos geracionais e etarismo, com foco em representações frequentemente superficiais de personagens femininas, tanto em produções comerciais quanto independentes. O projeto propõe a quebra de estereótipos ligados à figura da mulher, da entidade-mãe e da velhice, revelando traumas e crenças que atravessam gerações, especialmente nas relações entre avó, mãe e filha. Aborda o “não dito” nas relações familiares, explorando a dor e o silêncio que muitas vezes se instalam entre essas mulheres. Estruturado em três atos, o roteiro revela a perspectiva de uma mãe em conflito, com dificuldades emocionais para lidar tanto com suas dores quanto com as de sua filha. O luto também é um subtema importante, não apenas como perda física, mas como um processo simbólico que atravessa as personagens, seja pela morte da matriarca, seja pela sensação de colapso dos vínculos afetivos. Nesse território de ausência e reconfiguração, o silêncio surge como defesa e, ao mesmo tempo, como abismo entre mulheres que se amam, mas não sabem como expressar esse afeto. Narrado com sensibilidade e ritmo intimista, o roteiro ilumina camadas profundas da experiência feminina. Maré Mãe não busca resolver conflitos com respostas fáceis, mas provocar reflexão sobre os afetos e ruídos que permeiam a vida familiar. O uso pontual do humor funciona como estratégia de empatia e deslocamento, permitindo que temas densos também sejam atravessados por leveza, ironia e humanidade. A obra desafia expectativas ao colocar uma mulher de 60 anos no centro da narrativa, rompendo com a invisibilidade que frequentemente marca personagens femininas na terceira idade. O olhar feminista sobre esses corpos é essencial para construir um cinema mais realista, capaz de romper com os tabus patriarcais que ainda dominam as narrativas audiovisuais, muitas vezes distorcidas por interesses do Estado, da religião e da sociedade. Portanto, Maré Mãe é mais do que um roteiro: é um gesto político e sensível. Busca não apenas contar uma história, mas também ampliar o imaginário coletivo sobre o que é ser mulher, mãe e filha, e provocar uma reflexão crítica sobre os atravessamentos que compõem essas vivências. Resumen “Marea Madre” es un guión de largometraje que se inscribe en el género dramático, incorporando elementos de comedia para generar alivios cómicos dentro de una narrativa profunda. La obra cuestiona los estereotipos asociados a la maternidad y a la vejez femenina, utilizando una perspectiva feminista que desafía las narrativas patriarcales tradicionales. Los temas centrales incluyen la maternidad, los conflictos generacionales y el edadismo, con un enfoque en representaciones frecuentemente superficiales de personajes femeninos, tanto en producciones comerciales como independientes. El proyecto propone la ruptura de estereotipos ligados a la figura de la mujer, a la "entidad-madre" y a la tercera edad, revelando traumas y creencias que se transmiten entre generaciones, especialmente en las relaciones entre abuela, madre e hija. Aborda lo “no dicho” en las dinámicas familiares, explorando el dolor y el silencio que a menudo se instalan entre estas mujeres. Estructurado en tres actos, el guión revela la perspectiva de una madre en conflicto, con dificultades emocionales para lidiar con su propio dolor y con el de su hija. El duelo también es un subtema importante, no solo como pérdida física, sino como un proceso simbólico que atraviesa a las personajes, ya sea por la muerte de la matriarca, ya sea por el colapso de los vínculos afectivos. En ese territorio de ausencia y reconfiguración, el silencio aparece tanto como defensa como como abismo entre mujeres que se aman, pero que no saben cómo expresar ese amor. Narrado con sensibilidad y un ritmo íntimo, el guión ilumina capas profundas de la experiencia femenina. Marea Madre no pretende resolver los conflictos con respuestas fáciles, sino provocar reflexión sobre los afectos y ruidos que atraviesan la vida familiar. El uso puntual del humor funciona como una estrategia de empatía y desplazamiento, permitiendo que temas densos también sean abordados con ligereza, ironía y humanidad. La obra desafía expectativas al colocar a una mujer de 60 años en el centro de la narrativa, rompiendo con la invisibilidad que suele marcar a las mujeres mayores en el cine. La mirada feminista sobre estos cuerpos es fundamental para construir un cine más realista, capaz de romper con los tabúes patriarcales que aún dominan las narrativas audiovisuales, a menudo distorsionadas por intereses del Estado, la religión y la sociedad. Por lo tanto, Marea Madre es más que un guión: es un gesto político y sensible. No solo busca contar una historia, sino también ampliar el imaginario sobre lo que significa ser mujer, madre e hija, provocando una reflexión crítica sobre los cruces que conforman estas vivencias.
“Mother Tide” is a screenplay project in the drama genre, incorporating elements of comedy to offer comic relief within a profound narrative. The story questions stereotypes associated with motherhood and aging women, using a feminist perspective that challenges traditional patriarchal narratives. Its central themes include motherhood, generational conflict, and ageism, focusing on how female characters are often portrayed in shallow or reductive ways in both commercial and independent productions. The project aims to dismantle stereotypes surrounding womanhood, the "mother-entity," and old age, unveiling traumas and beliefs passed down through generations, especially within the family dynamics between grandmother, mother, and daughter. It delves into the “unspoken” within family relationships, exploring the pain and silence that often settle between these women. Structured in three acts, the script presents the point of view of a conflicted mother, emotionally unprepared to deal with her own pain or that of her daughter. Grief is also a crucial subtheme, not just as physical loss, but as a symbolic process that runs through the characters, whether through the death of the family matriarch or the collapse of emotional bonds. In this space of absence and reconfiguration, silence acts both as a shield and a chasm between women who love each other but don’t know how to express that love. Told with sensitivity and an intimate rhythm, the script sheds light on the deeper layers of female experience. Mother Tide does not aim to resolve its conflicts with easy answers, but to invite the viewer into a reflection on the emotional noise and affect that shape family life. The selective use of humor becomes a tool for empathy and narrative displacement, allowing heavy themes to be carried with lightness, irony, and humanity. The screenplay subverts expectations by centering a 60-year-old woman as its protagonist, breaking the common invisibility that surrounds older women in cinema. A feminist gaze toward these bodies is essential for building a more realistic and inclusive cinema, one that breaks with patriarchal taboos still present in audiovisual storytelling, often shaped by the interests of the State, religion, and society. Thus, Mother Tide is more than a screenplay: it is a political and poetic gesture. It seeks not only to tell a story but also to expand the cultural imagination about what it means to be a woman, a mother, and a daughter, provoking critical reflection on the layered experiences that shape these identities.

Abstract

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Cinema e Audiovisual.

Palavras-chave

maternidade, etarismo, cinema feminista, luto

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