Perfil das Prescrições de Antimicrobianos e Prevalência de Microrganismos Resistentes em Unidade de Terapia Intensiva
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Data
2022
Autores
Vieira, Lenir Maschio
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Resumo
A infecção hospitalar é considerada um desafio para a assistência à saúde e a resistência antimicrobiana está avançando vertiginosamente. Conhecer a epidemiologia das infecções nas instituições hospitalares, o consumo dos antimicrobianos e o perfil das prescrições é extremamente necessário para o desenvolvimento de medidas de prevenção e tratamento. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil das prescrições dos antimicrobianos de maior consumo e a prevalência de microrganismos multirresistentes em Unidade de Terapia Intensiva, sob a perspectiva do uso racional e do perfil farmacoepidemiológico. Trata-se de estudo transversal, realizado entre 2017 e 2019. Foram analisados os dados de 240 pacientes que estiveram internados em Unidade de Terapia Intensiva Adulta 1(UTI-1) em Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. Os dados foram coletados a partir dos prontuários dos pacientes, da farmácia do hospital, nos quais apresentava o consumo dos antimicrobianos, tempo de uso e internamento, através de relatórios gerados pelo software de gestão hospitalar. Foram calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis de sexo e idade, utilizado o teste qui-quadrado (χ2) de Pearson considerando dados categóricos para avaliar sexo e evolução associadas a infecção por microrganismos. Foi registrada diferença entre pacientes masculinos e femininos (χ2 = 6,62; p = 0,01) do total de pacientes que apresentaram infecção por microrganismos a maioria foi do sexo feminino (53,49%) enquanto os que não apresentaram infecção foram masculinos (63,64%). Para mensurar o perfil de consumo, foi realizado o cálculo da dose diária dispensada (DDD). Foi utilizada a análise de variância (ANOVA) para verificar se ocorreu variação da DDD entre os anos e antimicrobianos utilizados. Todas as análises foram realizadas no Microsoft Office Excel 2010 e software R 4.02. O nível de significância adotado foi de 5%. Foram identificados 42 antimicrobianos prescritos para o tratamento de infecções. Dos 86 pacientes (35,83%) com infecção por microrganismos, foram identificados microrganismos Gram negativos (15,82%) e Gram positivos (10,43%). A maior prevalência entre os sítios de infecção dos pacientes internados foi pneumonia associada à ventilação mecânica (45,83%), seguida de infecção do trato urinário associado à sonda vesical de demora (21,25%). Dos antimicrobianos analisados, o mais solicitado foi a Piperacilina + Tazobactam (13,57%), seguido por Meropenem (11,02%). As classes terapêuticas de maior consumo observadas neste estudo foram de Beta-Lactâmicos (Ceftriaxona, DDD 458,46), Glicopeptideos (Meropenem DDD 454,28) e Oxazolidinonas (Linezolida DDD 352,94). Os resultados indicaram que as prescrições foram realizadas corretamente conforme as normativas vigentes. Porém, por outro lado, a quantidade de antimicrobianos prescrita (média de 4,6 antimicrobianos por paciente, 21,86%) foi acima da recomendada (menor que 20%), o que pode implicar no desenvolvimento de resistência e, consequentemente, a predisposição a desenvolver novas infecções.
Abstract
Descrição
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociências, do Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências, área de concentração Biociências.
Palavras-chave
Infecção hospitalar, Resistência bacteriana a antibióticos, Vigilância epidemiológica