Avaliação da Alteração da Finura e Composição do Cimento Portland Brasileiro nas Últimas Décadas: Estudo Exploratório
Data
2020-12
Autores
Simoneto, Gabriel Werner
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Resumo
A indústria cimenteira tem planejado e realizado diversas ações para redução dos níveis de emissão de gases do efeito estufa, especialmente dióxido de carbono (CO2) em seus processos produtivos. Uma das ações já implementadas foi a redução das proporções de clínquer contido no cimento, por meio do maior uso de materiais cimentícios suplementares (MCS), especialmente de materiais carbonáticos (fíler) e pozolanas (cinza volante e escória de alto forno). Porém para que o cimento Portland ofereça a resistência mecânica mínima aos 28 dias de idade preconizada na norma vigente (NBR 16659, ABNT 2018), uma das soluções industriais possíveis é a elevação da finura ou do teor de C3S do cimento. Contudo, cimentos com elevado teor de C3S e/ou elevada finura, se não empregados de forma correta, podem resultar em maior probabilidade de manifestações patológicas em materiais a base de cimento, como retração e microfissurações, tornando as estruturas e elementos cimentícios mais vulneráveis a agentes agressivos externos. Neste contexto, este estudo objetiva analisar a evolução da finura e composição química dos diferentes tipos de cimento Portland produzidos no Brasil nos últimos 50 anos (1970-2019). Assim como, avaliar a contribuição da mudança de norma para redução das emissões. Para tal, empregou-se estratégias de pesquisa múltiplas (levantamento de dados, revisão de literatura e survey). Primeiramente fez-se a revisão de literatura, seguida do levantamento e análise de dados com base em documentos técnico-científicos publicados no período, analisando o tipo de cimento, a finura Blaine, a composição química e o ano de publicação. A partir das informações destas pesquisas, fez-se uma survey com especialistas nacionais, a fim de propor soluções técnicas possíveis para o emprego dos cimentos com as variações de finura e composição na indústria da construção, sem prejuízos à durabilidade das construções à base de cimento. Os resultados indicam que a finura dos cimentos CP I, CP II F, CP IV e CP III apresentaram tendência de crescimento no tempo e para os cimentos CP V, CP II Z e CP II E notou-se tendência estável ou decrescente no tempo. Os resultados de composição do cimento mostram que o teor de C3A tende a diminuir no tempo e a relação C3S/C2S apresenta tendência de crescimento, sendo ambas para os cimentos CP I e CPV. A atualização da norma proporcionou redução de cerca de 6% nas emissões relacionadas a produção de cimento. Os resultados de perda ao fogo sugerem variação positiva para os cimentos CP I, CP V e CP IV e para teor de resíduo insolúvel os cimentos CP I, CP II F, CP V, CP II E e CP III. O survey com especialistas e revisão da literatura propõem a otimização de dosagem (empacotamento de partículas), redução de relação água/cimento e redução no consumo de cimento como soluções técnicas para estas mudanças de finura e composição
Abstract
Descrição
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Tecnologia, Infraestrutura e Território da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil de Infraestrutura.