Comunidade Quilombola Manoel Ciriaco dos Santos: Memórias de Infância, Identidade e Resistência
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Data
2022
Autores
Santos, Davi dos
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Resumo
A história e a constituição da identidade da comunidade Manoel Ciriaco dos Santos têm relação com sua ancestralidade, vida em coletividade, relação de parentesco, vínculo com o território, identidade,
cultura. Localizada no município de Guaíra, no estado do Paraná, é situada em uma região de fronteira
entre o Brasil e o vizinho Paraguai. No contexto local e estadual, a comunidade começou a ter
visibilidade a partir dos estudos do Grupo de Trabalho Clóvis Moura que, em parceria com a
Secretaria de Estado da Educação (SEED), desenvolveu trabalhos para identificar as comunidades
quilombolas em seus respectivos territórios. O objetivo desta dissertação de mestrado é analisar as
memórias de infância passadas para crianças quilombolas por narrativas dos mais velhos,
especialmente os pais, e como tais lembranças contribuem para elaborar um discurso coeso de
unificação da comunidade em defesa do território e da identidade cultural. Nesse ínterim, faz-se
importante o estudo de revisão de literatura, a fim de problematizar o contexto socioeconômico, da
mesma forma compreender os desafios para a infância quilombola no espaço educacional de exclusão
social quanto à construção de políticas públicas de enfrentamento ao racismo institucional,
considerando a territorialidade como elemento de compreensão da criança negra no espaço curricular.
Para tanto, intentou-se buscar os estudos mais atualizados a respeito da infância, dando enfoque às
crianças negras no contexto escolar e em comunidades quilombolas. Faz-se necessário discutir as
memórias de infância a partir de narrativas dos adultos da comunidade Manoel Ciriaco dos Santos.
Nesse rumo, interessa pensar como se apropriaram de tais memórias ancestrais aprendidas ao serem
narradas pelos mais velhos quando na infância viveram tais experiências, e como elas interferem na
organização da comunidade, assim como interferiram na infância dos jovens na atualidade. Por outro
lado, importa saber o modo como tais memórias são passadas aos mais jovens no contexto de uma
comunidade que tem sua história marcada pela discriminação e concomitantemente pela afirmação
de sua identidade, e como elaboram estratégias de resistência para fazerem frente à luta pela terra, na
perspectiva de um discurso de autoafirmação enquanto grupo rural quilombola. A memória de
infância é um elemento que atribui coesão ao grupo, em um discurso que os unifica quando se trata
da própria identidade e da educação quilombola, em uma perspectiva do modo que a identidade se
refaz dentro do território como espaço de proteção da infância.
Abstract
Descrição
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Literatura Comparada.
Palavras-chave
Racismo. Território. Infância. Memória. Cultura. História. Identidade.