Pelas Palavras Deles: tornando-se Homens, do Poder à Queda em Nossa América
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Data
2021-02-26
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Resumo
Muitos desafios estão postos aos homens e às masculinidades a partir das teorias
feministas e de gênero. O momento atual em que vive o ocidente é de que estes sujeitos
masculinos e os homens (re)pensem seu lugar social. Neste sentido, a pergunta que se
insere como eixo central e se desenvolve nesta pesquisa está em questionar: falar de si
pode ser uma potência para falar de ‘nós? Por este motivo, antes de tudo, assumimos uma
perspectiva teórico-política que dialoga com uma ética feminista ao propor outras
possibilidades de sociedades onde os marcadores como raça, classe e gênero não sejam
bases fundadoras de desigualdade entre seres humanos. Para tentar responder tal
pergunta traremos ao debate três autobiografias de homens que escreveram sobre suas
vidas tendo como linha central de exposição ou sua sexualidade, ou sua identidade e
gênero ou sua raça. Estas obras são: Eu, de Ricky Martin (2010); Viagem Solitária:
memórias de um transexual trinta anos depois, de João W. Nery (2011); e Na minha pele,
de Lázaro Ramos (2018). A partir das leituras desses textos buscaremos localizar as
percepções de masculinidades e as construções dos sujeitos homens em suas narrativas
com o objetivo de tentar ampliar o debate, a reflexão e a crítica que cercam o modo com
que se dão os trânsitos de saberes e culturais para a sujeição (BUTLER, Judith, 2017)
desses sujeitos. Consideramos e priorizamos produções teóricas desde Nossa América
(MARTÍ, José. 1980; GONZALES, Lélia. 1988; SILVIA, R. C. 2010; ANZALDÚA, Glória,
2005. VIVEROS, V. Mara, 2018), e que dialoguem também com outros saberes e
conhecimentos interdisciplinares ao debate social e crítico para outras visões de mundo.
Metodologicamente este trabalho está dividido em dois eixos teóricos. O primeiro tem como
proposta explorar a paisagem interior das percepções de masculinidades e das narrativas
de construção dos sujeito-autores homens nas obras. O método biográfico (VIEYTES, Rut,
2009) tem como objetivo localizar desde os atores as situações, os contextos, os
comportamentos e percepções de determinados enfoques. Então dedicamos às paisagens
exteriores do texto por meio de uma metodologia hermenêutica-fenomenológica (Ibid.,
2009) que possam explicar como os corpos, os afetos e as cotidianidades narradas se dão.
Consideramos a relevância de perceber que as sujeições, assim como o próprio processo
de narrar-se e de interpretar, estão constantemente atravessadas por marcadores para
além das fronteiras de gênero. Estudar homens e masculinidades desde as teorias
feministas, sobretudo teorias feministas nossamericanas e negras podem colaborar não
somente ao aprofundamento destas mesmas, mas também às mais diversas ações
mobilizadoras que há algum tempo, pelo menos desde a segunda metade do século XX
(VIVEROS, Mara, 2018) diversas mulheres teóricas e ativistas estão propondo não só como
desafios aos homens, mas propondo outras sociedades possíveis em que, sobretudo, o
gênero não seja uma categoria fundante de desigualdades, violações de direitos humanos,
e de relações de poder entre os sexos.
Abstract
Descrição
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Estudos Latino-Americanos.
Palavras-chave
Teorias feministas. Estudos de Gêneros. Masculinidades. Estudos Latino-americanos. Autobiografias