A vila de Vista Alegre: uma história submersa.

Imagem de Miniatura

Data

2024

Autores

Viana, Andréia Cristina Berlanda

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

A presente monografia tem como foco o resgate das memórias da Vila de Vista Alegre, uma comunidade rural localizada no oeste do Paraná, que foi submersa pelas águas do Lago de Itaipu em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Vista Alegre, como muitas outras vilas da região, foi apagada do mapa físico e das narrativas oficiais de progresso e desenvolvimento, restando apenas nas lembranças de seus ex-moradores. Através da metodologia da História Oral, como discutida por Sônia Maria de Freitas, foram coletados depoimentos daqueles que viveram na vila antes do alagamento, preservando uma história que corre o risco de ser esquecida. Este estudo se ancora nos conceitos de memória coletiva de Maurice Halbwachs, que propõe que a memória está intrinsecamente ligada ao contexto social e físico, e nas reflexões de Michael Pollak sobre as memórias subterrâneas, que resistem ao apagamento pelas narrativas oficiais. Além disso, a pesquisa se vale das contribuições de Elizabeth Jelin, que analisa a memória como um campo de disputa social e política, onde certos grupos lutam para preservar suas histórias contra o esquecimento imposto pelo poder dominante. A monografia revela como os moradores de Vista Alegre, ao recordar suas vivências e vínculos afetivos com a terra, resistem ao esquecimento e à invisibilidade promovida pelo Estado e pela narrativa de progresso vinculada à usina. Ao trazer essas memórias à tona, este trabalho não apenas resgata a história de uma vila apagada, mas também questiona as consequências sociais e culturais das grandes obras de infraestrutura no Brasil, oferecendo uma reflexão crítica sobre o impacto humano do desenvolvimento.

Abstract

This monograph focuses on recovering the memories of the village of Vista Alegre, a rural community located in western Paraná, which was submerged by the waters of Lake Itaipu due to the construction of the Itaipu Hydroelectric Power Plant. Vista Alegre, like many other villages in the region, was erased from the physical map and from official narratives of progress and development, remaining only in the memories of its former residents. Through the methodology of Oral History, as discussed by Sônia Maria de Freitas, testimonies were collected from those who lived in the village before the flooding, preserving a history that is at risk of being forgotten. This study is anchored in the concepts of collective memory of Maurice Halbwachs, who proposes that memory is intrinsically linked to the social and physical context, and in Michael Pollak's reflections on underground memories, which resist erasure by official narratives. Furthermore, the research draws on the contributions of Elizabeth Jelin, who analyzes memory as a field of social and political dispute, where certain groups fight to preserve their stories against the oblivion imposed by the dominant power. The monograph reveals how the residents of Vista Alegre, when remembering their experiences and emotional ties to the land, resist the oblivion and invisibility promoted by the State and the narrative of progress linked to the plant. By bringing these memories to light, this work not only rescues the history of an erased village, but also questions the social and cultural consequences of large infrastructure projects in Brazil, offering a critical reflection on the human impact of development.

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial para a obtenção de título de bacharel em História - América Latina.

Palavras-chave

Vista Alegre, Itaipu, memória coletiva, história oral.

Citação