Entre a Poesia e o Teatro de Animação: (Des)Educação do Sensível e Criação Artística na Obra o Livro das Ignorãças (1993), de Manoel de Barros

Resumo

Esta dissertação registra o processo teórico-prático de uma pesquisa que se situa num campo de discussões entre a poesia, a filosofia e o teatro de animação. Para tanto, estabelecemos como objeto desta análise O livro das ignorãças (1993), do poeta mato-grossense Manoel de Barros (1916 – 2014). No percurso, procuramos mesclar referências, fontes, textos e corpos no intento de refletir sobre a criação artística, poética e teatral, a partir de uma leitura “expandida”, atenta para as maneiras como a escrita de Barros pode repercutir na imagem e no corpo em acontecimento. Interagimos com o texto poético buscando pelos desdobramentos possíveis com a arte teatral, portanto, nos incluímos como atores de um processo criativo e reflexivo com a palavra barrosiana. Mesmo assim, realizamos um exercício de olhar para a obra em busca das ações, dos gestos e das imagens que evidenciam os deslimites da imaginação poética e os descaminhos possíveis da criação literária. Nosso estudo se abre a territórios da investigação cênica, que não se desprende do próprio exercício de análise e crítica literária. Por não se desprender, acreditamos que a experimentação cênica com bonecos, objetos e formas animadas pode ser um caminho para acessar e ler a poesia de Barros. Assim nos perguntamos: de que maneira é possível articular os conceitos oriundos do teatro de animação numa análise da poética de Manoel de Barros? Haveria elementos teatrais latentes na poesia de Manoel de Barros? Seria possível pensar em uma “poesia cênica”?

Abstract

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Literatura Comparada.

Palavras-chave

Manoel de Barros, poesia brasileira, criação artística, imaginação poética, teatro de animação

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