A aplicação de energias renováveis e a securitização do clima nas missões de paz das Nações Unidas no continente africano: UNMISS, MONUSCO e MINUSCA.

Resumo

A presente pesquisa aborda a construção da governança ambiental global e sua relação com as teorias de biopolítica e securitização, evidenciando a crítica às desproporcionalidades dos ditames climáticos que afetam os países africanos, especialmente aqueles que recebem missões de paz. A análise inicia destacando marcos importantes, como a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, o Relatório Brundtland e a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, que estabeleceram a base para a cooperação internacional em questões ambientais e climáticas. Posteriormente, analisa-se como a securitização climática, enquanto extensão da biopolítica, é explorada como ferramenta para legitimar o controle estatal sobre a vida das populações em nome da segurança nacional, com a expansão das noções de segurança para além da lógica estatocêntrica. A evolução das governanças climática e ambiental é discutida em relação à segurança climática e energética, com foco nas assimetrias na distribuição dos impactos sobre a África, sobretudo os países hospedeiros de missões de paz, apesar de ser uma das menores contribuidoras para a intensificação das mudanças climáticas. Por fim, destaca-se a persistência do Conselho de Segurança das Nações Unidas em emitir recomendações desvinculadas das complexidades locais, refletindo a influência desproporcional do Norte Global na tomada de decisões em relação ao clima e ao meio ambiente, o que compromete a eficácia das medidas propostas, incluindo a implementação de energias renováveis em missões de paz na África.

Abstract

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política da Universidade Federal da Integração Latino- Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais e Integração.

Palavras-chave

Missões de paz, Energias renováveis, Securitização, África, Biopolítica

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