Mulheres, Agendas de Desenvolvimento e Relações Internacionais: (Des)Conexões entre Trabalho (Re)Produtivo e a Teoria Marxista da Dependência

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Data

2022

Autores

Silveira, Lígia Maria Freitas

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Resumo

Os estudos sobre mulheres e gênero adentraram nos últimos anos nos mais diversos campos das ciências humanas. No desenvolvimento, foi através das agendas internacionais que buscou-se discutir a exclusão das mulheres dos processos de desenvolvimento e quais as formas de mudar essa realidade. Nas Relações Internacionais, a simples pergunta "onde estão as mulheres?" abriu espaço para questionar uma disciplina tão masculinizada. Como um ponto de ligação entre os dois campos, está a divisão internacional do trabalho que, na sua perspectiva de gênero (sexual), faz uma distinção entre trabalho produtivo e trabalho reprodutivo e como estes, que se baseiam em todo tipo de trabalho ligado à esfera dos cuidados, foram e ainda são trabalhos característicos das mulheres. Nesse ínterim, a pergunta de pesquisa que norteia esta dissertação é: qual o papel da divisão internacional e sexual do trabalho no campo do desenvolvimento e das Relações Internacionais? Partimos da hipótese de que o trabalho reprodutivo condiciona todos os aspectos da vida em sociedade, e a sua invisibilização no sistema capitalista conferiu às mulheres um caráter de inferioridade e, a partir da Teoria Marxista da Dependência, de superexploradas. Nesse sentido, o objetivo geral desta dissertação é analisar, à luz da Teoria Marxista da Dependência, a divisão internacional e sexual do trabalho e sua relação com os campos do desenvolvimento e das Relações Internacionais. Os objetivos específicos são: 1°) identificar os principais elementos dos debates sobre mulheres, desenvolvimento e relações internacionais e como eles se correlacionam. E, 2°) analisar o que fomenta o debate da divisão internacional e sexual do trabalho no sistema capitalista e como ele se insere na perspectiva da Teoria Marxista da Dependência. Para isso, utilizo o materialismo histórico dialético como método de análise para possibilitar a compreensão da realidade do trabalho feminino. A utilização de metodologias feministas, por sua vez, compreende a necessidade da construção de um conhecimento plural que não seja marcado por exclusões, capaz de transformar as estruturas de conhecimento existentes.

Abstract

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Relações Internacionais.

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