Perplexidade e desconcerto no campo de batalha
Data
2016-08
Autores
Santos, Margareth
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Editor
UNILA
Resumo
Os 80 anos do início da Guerra Civil Espanhola têm suscitado inúmeras discussões e publicações,
não apenas sobre as atrocidades cometidas durante o conflito, mas também sobre a necessidade de
articular um novo discurso acerca do golpe de estado de 1936, imposto ao governo legítimo da II
República espanhola. No âmbito dessas ponderações, ganha relevância o papel da poesia das
gerações literárias posteriores ao conflito, em especial, da Geração de 1950. Caracterizada sob o
emblema de “niños de la guerra”, o selo, repetido didaticamente ao longo da historiografia literária,
desvela um movimento reflexivo de alcances desconcertantes, que não cabem no termo
homogeneizador de “geração”. Ler esse cenário pressupõe discutir as tensões entre a memória
infantil e a meditação adulta de alguns dos expoentes desse grupo sobre a representação da guerra e
suas consequências. Desde o interior de seus versos, forjados em um amálgama de lembrança e
imaginação, os poetas Jaime Gil de Biedma, José Agustín Goytisolo e Ángel González constroem
um espaço questionador das “señas de identidad”, que a historiografia generalizante impõe à dor
particular do momento vivido. A fim de empreender um percurso por esse universo que se desenha
como supostamente pendular, pretendemos discutir os poemas “Intento formular mi experiencia de
la guerra”, de Jaime Gil de Biedma, “Exiliado”, de José Agustín Goytisolo e “Campo de batalla”,
de Ángel González, com a intenção de recuperar os distintos matizes que pode adquirir a noção de
campo de batalha, para além do conceito bélico imediato, e delinear uma reflexão sobre o conflito e
suas consequências sob uma perspectiva calcada na instabilidade entre o vivido e o recordado
Abstract
Descrição
IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016
Palavras-chave
Guerra Civil Espanhola, Geração de 1950