O processo de securitização das drogas nos Estados Unidos: a institucionalização e a internacionalização da guerra às drogas
Carregando...
Data
2025-08-28
Autores
Saucedo, Jhonny Ilan de Araújo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O presente trabalho analisa o processo de securitização das drogas nos Estados Unidos ao longo do século XX. A partir da pergunta de pesquisa: Como se deu o processo de transformação da política de drogas nos Estados Unidos, de uma questão inicialmente não politizada para uma temática securitizada, e de que forma agentes estatais contribuíram para a consolidação e internacionalização desse paradigma? Busca-se compreender como o tema das drogas foi deslocado da esfera social e regulatória para o campo da segurança nacional Para cumprir o objetivo proposto, utiliza-se, como principal ferramenta analítica, a Teoria da Securitização da Escola de Copenhague, em dialogo com uma abordagem qualitativa e histórico analítica baseada em fontes primárias, como pronunciamentos e documentos governamentais e fontes secundárias, em especial literatura especializada na política de drogas dos Estados Unidos. A pesquisa tem como foco três agentes estatais centrais, considerados agentes securitizadores: Harry J. Anslinger, que foi o primeiro grande ator responsável por inaugurar a securitização ao associar as drogas ao crime e a parcelas da população estigmatizadas; Richard Nixon, que declarou oficialmente a “Guerra às Drogas”, institucionalizando-a por meio da criação da DEA e internacionalizando sua lógica por meio de ações coercitivas; e Ronald Reagan, que radicalizou e intensificou o processo de securitização, consolidando uma cruza moral militarizada com projeção global. Conclui-se que o processo de securitização das drogas influenciou tanto a política doméstica dos Estados Unidos como sua política externa, impactando diretamente países da América Latina, que sofreriam consequências diretas e passariam a incorporar e reproduzir a lógica securitária em suas próprias estruturas sociopolíticas e de segurança.
Resumen
El presente trabajo analiza el proceso de securitización de las drogas en los Estados Unidos a lo largo del siglo XX. A partir de la pregunta de investigación: ¿Cómo se dio el proceso de transformación de la política de drogas en los Estados Unidos, de una cuestión inicialmente no politizada a una temática securitizada, y de qué forma los agentes estatales contribuyeron a la consolidación e internacionalización de este paradigma? Se busca comprender cómo el tema de las drogas fue desplazado de la esfera social y regulatoria al campo de la seguridad nacional. Para cumplir con el objetivo propuesto, se utiliza como principal herramienta analítica la Teoría de la Securitización de la Escuela de Copenhague, en diálogo con un enfoque cualitativo e histórico-analítico basado en fuentes primarias, como pronunciamientos y documentos gubernamentales, y fuentes secundarias, en especial literatura especializada en la política de drogas de los Estados Unidos. La investigación se centra en tres agentes estatales centrales, considerados actores securitizadores: Harry J. Anslinger, quien fue el primer gran actor responsable de inaugurar la securitización al asociar las drogas con el crimen y con sectores estigmatizados de la población; Richard Nixon, quien declaró oficialmente la "Guerra contra las Drogas", institucionalizándola a través de la creación de la DEA e internacionalizando su lógica por medio de acciones coercitivas; y Ronald Reagan, quien radicalizó e intensificó el proceso de securitización, consolidando una cruzada moral militarizada con proyección global. Se concluye que el proceso de securitización de las drogas influyó tanto en la política interna de los Estados Unidos como en su política exterior, impactando directamente a los países de América Latina, que sufrirían consecuencias directas y pasarían a incorporar y reproducir la lógica securitaria en sus propias estructuras sociopolíticas y de seguridad.
Abstract
This paper analyzes the securitization process of drugs in the United States throughout the 20th century. Stemming from the research question: How did the transformation of drug policy in the United States occur, from an initially non-politicized issue to a securitized theme, and in what way did state agents contribute to the consolidation and internationalization of this paradigm? It seeks to understand how the issue of drugs was shifted from the social and regulatory sphere to the field of national security. To achieve the proposed objective, the Securitization Theory of the Copenhagen School is used as the main analytical tool, in dialogue with a qualitative and historical-analytical approach based on primary sources, such as government pronouncements and documents, and secondary sources, especially specialized literature on United States drug policy. The research focuses on three central state agents, considered securitizing actors: Harry J. Anslinger, who was the first major actor responsible for initiating securitization by associating drugs with crime and stigmatized portions of the population; Richard Nixon, who officially declared the "War on Drugs," institutionalizing it through the creation of the DEA and internationalizing its logic through coercive actions; and Ronald Reagan, who radicalized and intensified the securitization process, consolidating a militarized moral crusade with global projection. It is concluded that the securitization process of drugs influenced both the domestic and foreign policy of the United States, directly impacting Latin American countries, which would suffer direct consequences and begin to incorporate and reproduce the security logic in their own socio-political and security structures.
Descrição
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política da Universidade Federal da Integração Latino- Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais e Integração.
Palavras-chave
drogas, securitização, Estados Unidos, internacionalização