Priorização de Áreas para a Conservação da Biodiversidade no Cerrado Brasileiro: uma Ordenação Baseada na Distribuição de Táxons Ameaçados

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Data

2023

Autores

Monteiro, Douglas Rangel Batista

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Resumo

A utilização dos recursos naturais de forma desmedida acarretou o que hoje podemos chamar de crise da biodiversidade. A Biologia da Conservação é uma ciência que busca desenvolver, de maneira categórica, soluções que auxiliem na preservação da natureza. A alocação de esforços deve seguir uma lógica mediada pela maximização de conservação sob recursos limitados, direcionando-os de forma estratégica a partir de um Planejamento Sistemático para a Conservação. O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, resguardando em sua distribuição áreas com alto nível de endemismo de organismos, associados a complexa heterogeneidade ambiental. Somado a isso, a exorbitante exploração deste bioma, principalmente através da conversão de áreas naturais para terras agricultáveis, fez com que tal fosse classificado como um hotspot mundial da biodiversidade. As principais ameaças à biodiversidade são fruto da necessidade de expansão humana em busca de artifícios para a sobrevivência, como expansão de centros urbanos e agropecuária. A degradação das áreas de ocorrência das espécies contribui para a uma piora no seu status de ameaça, medido pela IUCN. Cerca de 91 espécies que estão distribuídas pelo Cerrado são classificadas nas 4 principais categorias de ameaça. A rede de unidades de conservação é o principal meio para promover a perpetuação das espécies ao longo do bioma, a partir da proteção de regiões cuja importância de conservação é mais acentuada. Considerando a distribuição dos 91 táxons classificados nas principais categorias de ameaça de extinção, este trabalho buscou indicar áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade terrestre do Cerrado. Para isso foi utilizado o programa computacional Zonation seguindo a regra de perda marginal atribuída pela Additive Benefit Function (ABF), pesando a prioridade de cada espécie através dos critérios de ameaça da IUCN (Criticamente ameaçada, Em Perigo, Vulnerável e Quase Ameaçada) e a sobreposição dos polígonos das 91 espécies no Cerrado brasileiro. Como critério de corte, apenas as células (com tamanho padrão de 0,25ºx0,25º) que apresentavam valor ⩾ 0,80 foram consideradas prioritárias. As áreas resultantes também foram contrastadas com as áreas protegidas existentes, sendo excluídas aquelas que já estavam sob proteção. Testes relacionados com a acurácia na escolha das áreas foram realizados, para comparação com escolha de áreas aleatórias e flexibilidade. Como resultado final, um mapa com 442 áreas prioritárias foi formado, distribuído pelas 13 unidades federativas que compõem o Cerrado. A maior porção ocorreu nos estados pertencentes à região Centro-Oeste (50,6%) e a menor na região Sul (0%). O estado que obteve maior quantitativo de sobreposição das áreas prioritárias em detrimento das células priorizadas foi o Tocantins (50%). A curva de desempenho e o histograma, lidos concomitantemente com o mapa, revelaram que a conservação destas áreas contemplaria toda a distribuição das espécies mais ameaçadas e pelo menos 10% das menos ameaçadas. As análises adicionais de flexibilidade e aleatorização concluíram que a escolha das áreas a partir dos critérios são as melhores possíveis para os recursos utilizados. Considerando os resultados dessa análise, uma proposta de estudos relacionado, por exemplo, a mitigação de impactos com foco em cada área prioritária, acentuando os principais impactos negativos da região, é recomendável.

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas – Ecologia e Biodiversidade.

Palavras-chave

Biologia da conservação, planejamento sistemático, Zonation, biogeografia

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