A elF2-APHA-P e os Efeitos Motores por Reposicionamento do Fármaco Trazodona na Doença de Parkinson: um Estudo de Caso

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Data

2022

Autores

Silva, Gilvan Aguiar

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Resumo

A Doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade marcada pela presença de alfa-sinucleína (α-SYN), uma proteína instável que se acumula gerando citotoxicidade e a neurodegeneração característica da doença. Pesquisas sugerem ser possível o reposicionamento de drogas utilizadas em outras doenças para a mitigação de doenças neurodegenerativas. Algumas evidências demonstraram que essas drogas podem ser capazes de atuar na via de fosforilação de elF2a, prolongando o efeito UPR (Unfolded Protein Response), porém, reduzindo a presença de moléculas indutoras de apoptose celular como a CHOP (proteína homóloga da proteína de ligação ao potenciador da sequência de bases de nucleotídeos CCAAT). Ou seja, esses fármacos podem promover a depuração de proteínas neurotóxicas ou “clerance” e com isso, preservar neurônios. Dessa forma, esse estudo de caso teve como objetivo avaliar pela primeira vez, os efeitos terapêuticos de um desses fármacos, a trazodona, na sintomatologia motora da DP. Para isso, foi administrado uma dose diária de 50mg de Cloridrato de Trazodona em forma de 1 comprimido, via oral, durante 30 dias. Após esse período, a dose foi elevada para 2 comprimidos de 50mg por dia, sendo um comprimido a cada 12 horas, totalizando 100mg por dia durante 90 dias, totalizando 120 dias de tratamento. Foi realizada uma avaliação basal e após 30, 60, 90 e 120 dias de intervenção. As avaliações incluíram a Escala Unificada para Mensuração do Parkinson da Associação de Distúrbios do Movimento (MDS-UPDRS) e a Escala de Hamilton para depressão (HAM-D). O conjunto de dados obtidos nesse trabalho demonstrou que após a intervenção houve um incremento na capacidade motora e funcional do paciente. Houve melhora também dos aspectos não motores avaliados pelas escalas aplicadas e melhora da depressão. Esses resultados também estão de acordo com os relatos do paciente e cuidador. Atualmente não há cura para a DP e os tratamentos atuais são ineficazes em longo prazo, portanto, mesmo mínimos incrementos na qualidade de vida ou sintomatologia desses pacientes através de novas abordagens terapêuticas, devem ser considerados promissores. Entretanto, nesse modelo de estudo é preciso sempre considerar a possibilidade de um efeito placebo interferindo nos resultados, portanto, é necessário que estudos mais amplos possam comprovar essa eficácia e corroborar os efeitos descritos.

Descrição

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduaçãoem Biociências, do Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências, área de concentração Biociências.

Palavras-chave

Doença de Parkinson, reposicionamento de fármaco, trazodona, neuroproteção

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