Desafios Territoriais e Resiliência Urbana no Haiti: Diretrizes no Contexto Pós-terremoto da Extensão Urbana Canaan

Abstract

Este trabalho apresenta estudos sobre os desafios e traumas urbanos do território haitiano. Dá-se destaque ao exercício de resiliência e à expectativa de reconstrução deste território após uma década do terremoto mais emblemático de sua história. Apresentamos Porto Príncipe, a capital administrativa, econômica e política do Haiti, que por variados motivos não foi reconstruída, como esperado, por muitos agentes do território como ONGs, o poder público, acima de tudo a própria população. Os vários projetos de habitação de emergência para a relocação das vítimas logo depois da tragédia não cumpriram a demanda de moradia da população nem a curto, médio e longo prazo agravando o déficit habitacional. Se no calor do momento resolveram temporariamente o problema dos aluguéis excessivamente caros em relação à renda média da população, esses projetos não eliminaram a preocupação de famílias terem uma casa digna, apesar da intervenção de ONGs que, em seus esforços, distribuem os mais improváveis tipos de “habitação” como tendas de plástico e abrigos. Assim, apesar desses esforços, no final do período elegantemente chamado de "período de emergência", ainda se faz sentir a necessidade de uma moradia durável e permanente que responda às normas antissísmicas e resistem às tempestades tropicais, isto porque esse território ainda em reconstrução sofre com novos abalos e eventos climáticos extremos. Também mostra-se necessário avançar com programas efetivamente participativos de gestão de risco, que em suas diretrizes e soluções considere a situação socioeconômica da maioria da população sem ser alheio às suas formas culturais próprias de construção urbana e arquitetônica. Dessa forma, este trabalho apresenta uma leitura urbana sensível com o desejo de contribuir com a melhoria deste território.