Avaliação da Carbonatação e Captura de CO2 ao Longo do Tempo em Argamassas de Revestimento e Assentamento - Estudo Exploratório

Abstract

O mundo enfrenta hoje grandes consequências causadas pelo impacto do CO2 na atmosfera. Dentre os maiores contribuintes pela emissão do gás está a indústria cimenteira, responsável por aproximadamente 7% das emissões antropogênicas globais de CO2 Visando a sustentabilidade, o setor tem se preocupado em melhorar a eficiência enérgica, reduzir o teor de clínquer contido no cimento e implementar técnicas de estocagem e captura de carbono. Atualmente existem diversos estudos sobre o fenômeno da carbonatação dos materiais cimentícios como forma de capturar e estocar o CO2 atmosférico para minimizar os problemas ambientais causados por este gás, de modo a mitigar as emissões ocasionadas pela indústria cimenteira. Neste sentido, este trabalho objetiva avaliar o comportamento da profundidade de carbonatação em argamassas de revestimento e assentamento produzidas com e sem substituição do agregado natural por agregado reciclado de RCD (Resíduo de Construção e Demolição), com e sem uso de aditivo incorporador de ar e sem proteção superficial. Para tal, foram compilados resultados de seis estudos experimentais relacionados à carbonatação natural e acelerada em diferentes argamassas de revestimento e assentamento conduzidos por pesquisadores relacionados ao grupo de pesquisa “Carbon Use and Capture in the Construction Industry | CO2-Construction” da Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila). Os resultados experimentais indicam que a adição de areia de RCD é benéfica à captura de carbono, constatando-se que à medida que o teor de substituição aumenta a profundidade de carbonatação e a fixação de carbono são elevadas. Os resultados indicam que a reação química da carbonatação natural de argamassas de revestimento pode ser considerada uma medida compensatória para o ciclo de vida das construções, contribuindo para a mitigação das emissões de CO2 antropogênico, sendo um processo importante para uma indústria da construção civil mais sustentável, visto que as argamassas possuem capacidade de reabsorver parcialmente o CO2 emitido em sua produção.