III Encontro de Iniciação Científica da Unila “Pesquisa no século XXI: desafios e possibilidades”
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Navegando III Encontro de Iniciação Científica da Unila “Pesquisa no século XXI: desafios e possibilidades” por Assunto "Análise de tendência de superfície"
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Item Descrição espacial do clima da ecorregião florestas da serra do mar(2014-11-07) Negrão, Débora Samira Gongora; Löwenberg Neto, PeterO clima é um dos principais determinantes da distribuição das espécies e das formações vegetais ao redor do globo. Na Ecorregião Florestas da Serra do Mar a descrição climática é feita apenas com parâmetros médios para toda a extensão geográfica, sem uma análise que contemple a sua espacialidade. Considerando que a caracterização do clima é essencial para a compreensão dos fenômenos ecológicos e biogeográficos, o presente trabalho teve como objetivos: identificar variáveis mais associadas com o clima da Ecorregião Florestas da Serra do Mar, e descrever espacialmente o clima da ecorregião. A identificação de variáveis foi conduzida em duas etapas: (1) pré-seleção de oito variáveis, tendo como critério a descrição dos tipos climáticos da ecorregião, e (2) ranqueamento das variáveis, pela análise de componentes principais (PCA), sendo retidas as duas variáveis mais próximas aos componentes (PC1 e PC2). A descrição espacial do clima ocorreu mediante a análise de tendência de superfície (trend-surface analysis) das variáveis retidas em (2). Na pré-seleção foram escolhidas estas variáveis: temperatura média anual, isotermalidade, precipitação sazonal, temperatura do trimestre mais frio, precipitação anual, temperatura do trimestre mais quente, amplitude anual de temperatura e temperatura sazonal. Os dois primeiros componentes (PC1+PC2) abarcaram 73% da variação dos dados e as variáveis retidas foram: precipitação do trimestre mais frio e temperatura média anual. O mapa da análise de tendência de superfície da precipitação do trimestre mais frio indicou que a ecorregião é formada por áreas que apresentam um inverno seco ao norte e úmido ao sul. Já o mapa de temperatura média anual mostrou a existência de um gradiente longitudinal de temperatura, com áreas mais quentes ao leste e mais frias ao oeste. Esse gradiente indicou uma possível relação de causalidade entre temperatura e altitude. Uma regressão linear simples revelou que 70% da variação dos valores de temperatura podem ser explicados por uma relação linear com a altitude. Além do mais, um modelo de regressão local com pesagem geográfica mostrou espacialmente essa relação. Mais do que os resultados das regressões temos que considerar que a relação causal entre temperatura e altitude faz sentido pelas características da ecorregião, que apresenta alta variação de inclinação topográfica. A variável precipitação do trimestre mais frio corroborou com a descrição climática de Köppen- Geiger, onde os tipos climáticos Cfa e Cfb são predominantes ao sul e Cwa e Cwb ao norte. Podemos dizer que ao sul não existe uma estação seca definida, ao contrário da porção norte onde o inverno é seco, indicando que a precipitação ao norte varia mais do que ao sul. As informações obtidas sobre o clima da Ecorregião Florestas da Serra do Mar servirão para o desenvolvimento e auxílio de outras pesquisas sobre distribuição de espécies, interações ecológicas e mudanças climáticas. Agradecemos à UNILA pela bolsa de iniciação científica concedida.