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Submissões Recentes
Formação intercultural em português como língua de acolhimento (PLAc) para educadores de um projeto de extensão da Unila
(2025) Castellano, Marcos; Orientação
Este trabalho tem por objetivo avaliar de que maneira um ciclo de três Oficinas Formativas interculturais impacta a concepção de PLAc das professoras-extensionistas que atuam no projeto de extensão Línguas-Cultura para a Integração: Português como Língua de Acolhimento para Migrantes e Refugiados(as) - LinCI, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Fundamenta-se na Linguística Aplicada Indisciplinar/Transgressiva (Moita Lopes, 2006; Pennycook, 2001), na interculturalidade crítica (Candau, 2013), na educação do entorno (Maher, 2007) e na pedagogia freireana (Freire, 2015). A pesquisa adota uma abordagem qualitativa e a metodologia da pesquisa-ação (Tripp, 2005; Thiollent, 2011; Thiollent; Colette, 2014), envolvendo quatro participantes. Realiza revisão bibliográfica, aplica questionários diagnósticos e de feedback, e conduz oficinas formativas para desenvolver e analisar as percepções das educadoras sobre o ensino de PLAc em contextos de migração de crise (Clochard, 2007). Os resultados demonstram um significativo deslocamento na compreensão das participantes: de uma visão inicial instrumental da língua, focada em adaptação e metodologia, para uma concepção ético-relacional, que entende a língua como prática social, espaço de diálogo e construção conjunta de conhecimentos. A formação evidenciou a importância de uma postura docente acolhedora, a valorização dos repertórios culturais dos estudantes migrantes de crise e a desconstrução de estereótipos. Conclui-se que a intervenção formativa contribuiu para o aprimoramento teórico-metodológico do ensino de PLAc, reforçando a necessidade de políticas públicas que apoiem a formação docente para atuação em contextos de migração de crise.
Rugas palatinas como dado biométrico no SUS: uma proposta para qualificação da identificação humana na saúde pública
(2025-12-08) Souza, Danieli Benites de
O presente estudo investiga a aplicabilidade das rugas palatinas como dado biométrico complementar no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), apresentando uma proposta de integração da biometria palatina aos prontuários eletrônicos, com o objetivo de aprimorar a segurança, rastreabilidade e gestão das informações em saúde. Trata-se de uma pesquisa exploratória fundamentada em revisão de literatura científica, que evidencia a eficácia e confiabilidade da rugoscopia palatina na medicina legal, considerando sua estabilidade, singularidade e resistência a traumas, variações ambientais e processos de decomposição. O estudo propõe que a utilização das rugas palatinas como recurso complementar de identificação nos sistemas de saúde possa reduzir duplicidades e inconsistências cadastrais, reforçando a proteção à identidade dos usuários e assegurando a continuidade do cuidado. A proposta está em consonância com a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020-2028 (BRASIL, 2020) e com a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018). Ao explorar métodos não invasivos de registro, como fotografias intraorais e escaneamento digital 3D, evidencia-se a viabilidade técnica, baixo custo, rapidez e segurança da captura dos dados, essenciais para implementação em larga escala. Além disso, o estudo destaca a relevância ética, social e estratégica da biometria palatina, em consonância com os princípios que orientam o sistema público de saúde, como universalidade, integralidade e qualidade da assistência, bem como as políticas de transformação digital em saúde, voltadas à ampliação da interoperabilidade e da segurança das informações. Conclui-se que a incorporação de dados biométricos anatômicos representa um avanço promissor para a construção de um sistema mais confiável, humanizado e tecnicamente qualificado, contribuindo para a modernização da gestão em saúde, o fortalecimento das ações de vigilância e a consolidação de práticas de cuidado integral.
Resumen
El presente estudio investiga la aplicabilidad de las arrugas palatinas como datos biométricos complementarios en el contexto del Sistema Unificado de Salud (SUS), presentando una propuesta para la integración de la biometría palatina con los historiales médicos electrónicos, con el objetivo de mejorar la seguridad, trazabilidad y gestión de la información sanitaria. Esta es una investigación exploratoria basada en una revisión de la literatura científica, que evidencia la eficacia y fiabilidad de la roughoscopia palatina en medicina forense, considerando su estabilidad, singularidad y resistencia al trauma, las variaciones ambientales y los procesos de descomposición. El estudio propone que el uso de arrugas palatinas como recurso complementario de identificación en los sistemas de salud puede reducir duplicaciones e inconsistencias en el registro, reforzando la protección de la identidad de los usuarios y asegurando la continuidad de la atención. La propuesta está alineada con la Estrategia de Salud Digital para Brasil 2020-2028 (BRASIL, 2020) y la Ley General de Protección de Datos (Ley Nº 13.709/2018). Al explorar métodos de registro no invasivos, como fotografías intraorales y escaneo digital 3D, se evidencian la viabilidad técnica, el bajo coste, la rapidez y la seguridad de la captura de datos, algo esencial para una implementación a gran escala. Además, el estudio destaca la relevancia ética, social y estratégica de la biometría palatina, en línea con los principios que guían el sistema de salud pública, como la universalidad, la integralidad y la calidad de la atención, así como las políticas de transformación digital en salud, orientadas a ampliar la interoperabilidad y la seguridad de la información. Se concluye que la incorporación de datos biométricos anatómicos representa un avance prometedor para la construcción de un sistema más fiable, humanizado y técnicamente cualificado, contribuyendo a la modernización de la gestión sanitaria, el fortalecimiento de las acciones de vigilancia y la consolidación de prácticas integrales de atención.
Cheikatu ndeicha avei apoi ýre chereko. As mediações cultural e sociocultural avá-guarani: uma pesquisa-ação em Ocoi-Jacutinga
(2025-12-06) Lazzarini, Camila Cristina
Nesta dissertação, realizamos uma imersão profunda na cultura guarani, mais especificamente na territorialidade ocoi-jacutinga, localizada no oeste do Paraná. Através da abordagem da pesquisa-ação, nosso objetivo primordial foi colaborar com a comunidade na construção de uma mediação sociocultural que contribuísse para a promoção da justiça restaurativa estabelecendo conexões com o setor público e utilizando instrumentos legais e jurídicos em benefício do povo guarani. Para alcançar esse propósito, adotamos uma abordagem metodológica transdisciplinar, que entrelaça elementos da educação popular, estética decolonial, etnografia, comunicação e arte. Nosso trabalho fundamenta-se na concepção da cultura como uma categoria em constante disputa, valorizando a arte e o artesanato indígenas como formas de expressão e mediação cultural que vão além do estético, configurando-se como manifestações de uma voz-práxis estético-política. Em nossa análise, abordamos o marco teórico decolonial, que inclui a análise da formação dos Estados monoculturais latino-americanos e sua posição no sistema-mundo. Também discutimos a colonialidade do ser, saber e sentir, além do epistemicídio e genocídio indígena a fim de suprir a força antissistêmica do movimento indígena.
Fauna de Pompilidae (Hymenoptera, Pompiloidea) do oeste do Paraná, Brasil
(2025-12-05) Festa, Fernanda Albino
A família Pompilidae é um grupo monofilético de vespas Pompiloidea com aproximadamente 5000 espécies descritas ao redor do mundo. A principal característica comportamental compartilhada pelo grupo é o hábito parasitóide obrigatório de aranhas, no qual cada fêmea adulta provê apenas um indivíduo de aranha para cada larva. O conhecimento da diversidade, distribuição e ecologia das espécies de Pompilidae é bastante precário na região Neotropical, de forma geral, e na Mata Atlântica, de forma específica. Considerando que o oeste paranaense abriga o maior fragmento de Mata Atlântica de Interior, na área de proteção do Parque Nacional do Iguaçu, e que os registros de Pompilidae são escassos no estado do Paraná, o objetivo do presente trabalho é caracterizar a fauna de pompilídeos que ocorre no oeste paranaense para que se diminua as lacunas de conhecimento sobre a fauna local (capítulo 1). O material biológico analisado e identificado estava depositado em álcool 70% na Coleção Entomológica Danúncia Urban, fruto de coletas realizadas entre 2018 e 2024 em diversos pontos do Parque Nacional do Iguaçu, e áreas adjacentes como o Parque das Aves, e coletas ocasionais em outros fragmentos florestais da região. A família apresentou uma abundância de 850 indivíduos, incluídos em quatro subfamílias, 26 gêneros, 32 espécies nominais e 35 morfoespécies. A subfamília Pepsinae apresentou a maior riqueza com 38 espécies, seguido de Pompilinae com 26 espécies, Ceropalinae com duas espécies e Notocyphinae, com uma espécie. O número de gêneros e espécies de Pompilidae registradas para o estado do Paraná teve um aumento de cerca de 55% e de 91% respectivamente, elevando a riqueza conhecida para o estado para 28 gêneros e 67 espécies. O presente estudo apresentou diversos registros inéditos: a espécie Anoplius (Anopliodes) chiriqui Evans, 1966 é registrada para o Brasil; a subfamília Notocyphinae, e o gênero Notocyphus, é reportada para o Paraná e 15 espécies, pertencentes às subfamílias Pompilinae, Pepsinae e Ceropalinae, têm distribuição estendida para a região sul do Brasil. As espécies Ageniella (Ameragenia) clypeata (Fox, 1897), Ageniella (Priophanes) ruschi Rapoza & Waichert, 2022 e Braunilla nigrina (Banks, 1946) são registradas pela primeira vez após sua descrição e as espécies Ageniella (Am.) agitata (Smith, 1873), Ageniella (Am.) clypeata (Fox, 1897), Anoplius (An.) varius (Fabricius, 1804) e Priochilus vitulinus (Dalla Torre, 1897) têm seu primeiro registro para a Mata Atlântica. A localidade amostrada passou a ser o ponto de registro mais meridional para 15 espécies. Conforme as demais morfoespécies sejam identificadas em nível específico e novos táxons sejam descritos, espera-se que o número de registros para o estado aumente e que lacunas a respeito do conhecimento acerca da distribuição das espécies sejam preenchidas. No capítulo 2 um novo gênero da tribo Ageniellini é descrito.
Resumen
La familia Pompilidae es un grupo monofilético de avispas Pompiloidea con aproximadamente 5000 especies descritas alrededor del mundo. La principal característica comportamental compartida por el grupo es el habito parasitoide obligatorio de arañas, cada hembra adulta provee solo un individuo de araña por larva. El conocimiento de la diversidad, distribución y ecología Pompilidae es bastante precario en la región Neotropical, de forma general, y en el Bosque Atlántico, de forma particular. Considerando que el oeste paranaense alberga el mayor fragmento de Bosque Atlántico de interior, en el área de protección del Parque Nacional do Iguaçu, y que los registros de Pompilidae son escasos en el estado de Paraná, el objetivo del presente trabajo es caracterizar la fauna de pompilídeos que ocurre en el oeste paranaense para que se disminuyan las lacunas de conocimiento sobre la fauna local (capítulo 1). El material analizado y identificado estaba depositado en alcohol 70% en la Coleção Entomológica Danúncia Urban, fruto de colectas realizadas entre 2018 y 2024 en diversos puntos del Parque Nacional do Iguaçu, y áreas adyacentes como el Parque das Aves, y colectas ocasionales en otros fragmentos forestales de la región. La familia presentó una abundancia de 850 individuos, incluidos en cuatro subfamilias, 26 géneros, 32 especies nominales y 35 morfoespecies. La subfamilia Pepsinae presentó la mayor riqueza con 38 especies, seguida de Pompilinae con 26 especies, Ceropalinae con dos especies y Notocyphinae, con una especie. El número de géneros y especies de Pompilidae registrados para el estado de Paraná tuvo un aumento de aproximadamente 55% y 91% respectivamente, elevando la riqueza conocida para el estado a 28 géneros y 67 especies. El presente estudio presentó diversos registros inéditos: la especie Anoplius (Anopliodes) chiriqui Evans, 1966 se registra para Brasil; la subfamilia Notocyphinae, y el género Notocyphus, para Paraná y 15 especies, pertenecientes a las subfamilias Pompilinae, Pepsinae y Ceropalinae, tienen su distribución extendida a la región sur de Brasil. Las especies Ageniella (Ameragenia) clypeata (Fox, 1897), Ageniella (Priophanes) ruschi Rapoza & Waichert, 2022 e Braunilla nigrina (Banks, 1946) tienen su primero registro después de su descripción y las especies Ageniella (Am.) agitata (Smith, 1873), Ageniella (Am.) clypeata (Fox, 1897), Anoplius (An.) varius (Fabricius, 1804) y Priochilus vitulinus (Dalla Torre, 1897) tienen su primer registro para el Bosque Atlántico. La localidad muestreada pasó a ser el punto de registro más meridional para 15 especies. A medida que las demás morfoespecies sean identificadas a nivel específico y se describan nuevos taxones, se espera que el número de registros para el estado aumente y que se llenen lacunas sobre el conocimiento acerca de la distribución de las especies. En el capítulo 2 se presenta la descripción de un nuevo género perteneciente a la tribu Ageniellini.
A indústria fonográfica e o desequilíbrio de gênero na música brasileira
(2025-12-05) Santos, Thaís Montenegro dos
Sob a perspectiva das desigualdades de gênero, esta dissertação investiga a indústria fonográfica brasileira, buscando compreender como hierarquias históricas, simbólicas e técnicas limitaram a inserção feminina em funções de maior prestígio e remuneração. A pesquisa busca compreender de que maneira estruturas técnicas, simbólicas e mercadológicas consolidaram hierarquias desfavoráveis às mulheres e quais transformações recentes tensionam esse cenário. A metodologia combinou levantamento bibliográfico em estudos de música, gênero e produção fonográfica, análise documental dos relatórios anuais Por Elas que Fazem a Música (UBC, 2018–2025) e exame crítico de narrativas históricas e contemporâneas sobre a atuação feminina na música brasileira. Foram mobilizados autores como Eduardo Vicente, Leonardo Salazar, Luiz Tatit, Isabel Nogueira e Lucy Green, além de dados institucionais de entidades de gestão coletiva. Os resultados evidenciam que, apesar de avanços na visibilidade e no aumento de mulheres filiadas às associações de direitos autorais, a distribuição de rendimentos segue profundamente desigual: entre 2020 e 2025, as mulheres receberam em torno de 10% do total arrecadado pela UBC, mesmo representando cerca de 17% dos associados. Além disso, os relatos de assédio, discriminação e dificuldades ligadas à maternidade reforçam que as barreiras vão além do aspecto econômico, configurando formas persistentes de exclusão simbólica e estrutural. O desequilíbrio de gênero na indústria fonográfica brasileira não decorre apenas de fatores conjunturais, mas é expressão de processos históricos de marginalização das mulheres no campo musical. A pesquisa aponta, ainda, que a superação dessas desigualdades exige não apenas o aumento numérico da presença feminina, mas a transformação das estruturas de poder que organizam a produção e a circulação da música no país.