Seleção de Fungos para o Desenvolvimento de Bioinoculante para Biorremediação de Solos Agrícolas Impactados com Atrazina

Imagem de Miniatura

Data

2021-07-30

Autores

Bonassa, Giuliana Rahmeier

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

Defensivos agrícolas vem sendo cada vez mais utilizados e seu impacto no meio ambiente é de muita relevância. A atrazina é um herbicida muito comum e é capaz de perdurar por muito tempo nos solos e corpos d’água. O tratamento da atrazina pode ser feito de várias maneiras, e uma delas é através da biorremediação. A utilização de fungos e bactérias para a remoção desse poluente é muito eficaz. Contudo, não se tem até o momento um processo ou produto capaz de promover o tratamento de solos agrícolas, especialmente frente as características desse agroecossistema. Neste sentido, faz-se necessário o desenvolvimento de um produto que possa ser de fácil aplicação e com manipulação já conhecida, como é o caso do Biochar (carvão ativado) que pode ser utilizado como imobilizante para um bioinoculante (micro-organismo). Visando o desenvolvimento de um bioinoculante, neste trabalho, utilizou-se três fungos previamente isolados de solo contaminado por atrazina para avaliar seu crescimento na presença e ausência do herbicida. Purpureocillium lilacinum CCMIBA_R014, Clonostachys rosea CCMIBA_R018 e Bjerkandera sp. CCMIBA_R111 foram cultivados na presença de 10 mg/L de atrazina por 10 dias a 28 ºC e 140 rpm. Após o crescimento, a biomassa foi quantificada (peso seco) e o sobrenadante analisado (cromatografia líquida, LC-MS/MS) em relação a concentração de atrazina restante após cultivo. A quantificação da biomassa dos fungos C. rosea CCMIBA_R018 e Bjerkandera sp. CCMIBA_R111 apresentou resultados favoráveis, pois o crescimento com e sem atrazina foi semelhante (p-valor >0,05, não houve diferença estatística) indicando que a atrazina não resultou em diminuição no crescimento. Já o P. lilacinum CCMIBA_R014 apresentou crescimento menor para o tratamento com atrazina, indicando sensibilidade ao herbicida (p-valor <0,05). Contudo, como P. lilacinum é um importante agente de controle biológico sua permanência no bioinoculante deve ser avaliada, mesmo com biomassa menor. Houve redução na concentração da atrazina no cultivo dos três fungos comparado ao controle, resultando na eliminação de 46%, 63% e 68% de atrazina nos cultivos dos fungos P. lilacinum CCMIBA_R014, Bjerkandera sp. CCMIBA_R111 e C. rosea CCMIBA_R018, respectivamente. Essa redução pode ser resultado da biodegradação ou da adsorção do contaminante e estudos futuros serão realizados visando a confirmação da atividade biológica. Com a confirmação do potencial de biodegradação, o planejamento e escolha dos fungos será realizada para delineamento das próximas etapas da formulação do bioinoculante. Espera-se que o processo de biorremediação resultante do produto mostre uma melhora da qualidade física, química e biológica do solo a ser tratado e resultando no aumento da produtividade baseado numa agricultura sustentável, a partir de um desenvolvimento biotecnológico.

Abstract

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Biotecnologia.

Palavras-chave

Atrazina. Fungo. Biorremediação. Herbicida. Biomassa.

Citação