(In)eficiência Escolar: um Estudo para o Estado do Paraná
Data
2022
Autores
Alves, Daniel Brito
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Resumo
Vários economistas e filósofos citam a relação positiva entre educação, crescimento e o
desenvolvimento econômico. Além disso, a educação pública é ofertada mediante os impostos
pagos pela sociedade, sendo importante averiguar a eficiência na aplicação desses recursos.
Dessa forma, a presente dissertação teve como objetivo verificar a (in)eficiência das escolas
públicas do Paraná, nos anos de 2017 e 2019 e investigar fatores possivelmente associados a
uma maior ou menor (in)eficiência. Com o propósito de se atingir tal objetivo geral, foram
elaborados três artigos. O primeiro artigo analisou a infraestrutura das escolas públicas do
Paraná. Para tanto, utilizou-se a Análise Fatorial. Entre os resultados, constatou-se que os
fatores com as menores médias, tanto em 2017 como em 2019, foram: dormitório, atividades
extra classe, estruturas de apoio e aparelhamento eletrônico. Outro resultado foi de que as
escolas federais se destacaram pelo decréscimo nos escores de infraestrutura escolar e por
apresentar menores médias nos escores, em comparação às estaduais e municipais. Quanto à
localização, as escolas rurais do Paraná evoluíram a infraestrutura escolar mais do que as
escolas urbanas, no período em análise. Porém, as escolas rurais ainda se destacam por
apresentarem menores médias na maioria das características em estudo. No segundo artigo,
averiguou-se quão (in)eficientes foram, no uso dos recursos educacionais, as escolas públicas
do Paraná, nos anos de 2017 e 2019. Foram utilizados os microdados do Sistema de Avaliação
da Educação Básica (SAEB) e do Censo Escolar. Empregou-se, como metodologia, a Análise
Envoltória de Dados. A eficiência média das escolas públicas do Paraná em 2017 foi de 0,8256
e em 2019 foi de 0,8279, considerando que o índice possui intervalo entre 0 e 1. Para se
tornarem eficientes, as escolas teriam que aumentar, em média, cerca de 18% da sua respectiva
nota nos exames, mantendo os insumos inalterados. O percentual de escolas eficientes (índice
igual a 1) diminuiu no período em análise, 5,67% em 2017 e 2,59% em 2019. Outro resultado
foi de que, em média, as escolas rurais foram mais eficientes do que as escolas urbanas nos dois
anos em análise. Entre as dependências administrativas, as escolas federais foram, em média,
as mais eficientes, seguidas das escolas estaduais e das escolas municipais, tanto em 2017 como
em 2019. Além disso, as mesorregiões mais ao centro e ao sul do estado tenderam a apresentar
maiores médias de eficiência e as mesorregiões do leste tenderam a ser menos eficientes. O
terceiro artigo buscou verificar possíveis fatores associados a uma maior ou menor
(in)eficiência das escolas públicas do Paraná, nos anos de 2017 e 2019. Como metodologia,
empregou-se a regressão quantílica. Constatou-se que o percentual de pais que vão em reunião
afeta positivamente a eficiência das escolas, em todos os quantis. Os resultados ainda indicam
que as escolas mais eficientes conseguem compensar o incentivo dos pais, porém, tal incentivo
é importante para as escolas menos eficientes. Outro resultado foi de que as escolas com
menores níveis de eficiência foram afetadas negativamente à medida que apresentavam maiores
proporções de alunos que trabalhavam fora. Entretanto, escolas com maiores níveis de
eficiência não são afetadas por esse aspecto. Somente o fato de o aluno realizar o dever não foi
significativo para afetar a eficiência das escolas, sendo importante, também, o professor corrigir
o dever de casa. Além disso, as escolas com níveis mais altos de eficiência conseguem tratar as
questões adversas que a disparidade econômica trás para os alunos. Os resultados apresentados
ajudam na compreensão dos fatores capazes de aumentar a eficiência escolar e levantam
questões importantes para o desenvolvimento de políticas públicas educacionais no estado do
Paraná.
Abstract
Descrição
Palavras-chave
Educação, Eficiência, Paraná