Determinação das Emissões de CO2 e Energia Incorporada de Argamassas de Revestimento na Fase de Execução: Estudo de Caso de Foz do Iguaçu
Data
2021
Autores
Slovinski, Isadora Ghellere
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Editor
Resumo
As argamassas mistas de revestimento são consideradas como potencial fonte de
emissões de CO2, devido ao processo produtivo dos materiais presentes em sua
composição, como cimento e cal. No Brasil, o uso desses materiais para a produção das
argamassas de revestimento em obra, ainda é realizada de forma convencional, com baixo
nível de industrialização, com influência pessoal da mão de obra. Tal processo de produção
é caracterizado por maiores consumos de materiais, devido ao desconhecimento das
propriedades e características do revestimento, interferindo de forma negativa em aspectos
ambientais. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar as emissões de CO2 e a energia
incorporada na fase de execução das argamassas de revestimento em obras na cidade de
Foz do Iguaçu-Pr. Para isto, executou-se um estudo inventário baseado no pensamento do
Ciclo de Vida, segundo a NBR ISO 14044, com dados primários de 12 obras residenciais
de médio e baixo padrão. As informações sobre consumos dos materiais, dos combustíveis
para transporte até a obra, da energia elétrica para produção dos revestimentos, da água
de lavagem da betoneira e as perdas incorporadas devido a sobrespessura, foram
coletadas por meio de visita e acompanhamento dos processos de produção e aplicação
dos revestimentos in loco. Os resultados mostraram que os traços utilizados apresentam
variações, entre 1:0,5:6 e 1:2,8:6,8 (cimento:cal:areia). O consumo de cimento foi de 2,4 e
8 kg/m², da cal de 0,7 e 9,6 kg/m², do filito de 1,2 a 2,6 kg/m² e da areia 13 e 56 kg/m². Com
isto as emissões de CO2 variaram de entre 3 e 29 kgCO2/m² em traços com o uso de cal
na composição, e entre 2 e 7 kgCO2/m² com o uso de filito. A energia incorporada variou
entre 12 a 171 MJ/m² quando empregada a cal e 8 a 40 MJ/m² quando empregado filito. As
perdas incorporadas variaram de 17 e 151% equivalentes a 1 e 25 kgCO2/m² e 5 e 146 MJ.
Identificou-se ainda que, revestimentos com maior resistência de aderência a tração aos
sete dias de cura, não necessariamente necessitam de maiores consumos de cimento e cal
nos traços. Para melhorar o uso dos recursos materiais mais emitentes é necessário um
maior controle tecnológico nos processos em obra, através da definição de premissas na
produção e aplicação dos revestimentos. Estas contemplam a orientação da mão de obra
responsável pela produção, principalmente sobre ordem do emprego dos materiais na
mistura, do tempo de mistura e da espessura necessária de aplicação do revestimento.
Abstract
Descrição
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.
Palavras-chave
Argamassa, emissões de CO2, energia incorporada