Backlash conservador: os discursos e contra-movimentos ao sufrágio das mulheres no Brasil

dc.contributor.authorAlbuquerque, Bruna Castro de
dc.date.accessioned2025-08-12T15:09:15Z
dc.date.available2025-08-12T15:09:15Z
dc.date.issued2025-08-12
dc.descriptionTrabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciência Política e Sociologia - Sociedade, Estado e Política na América Latina.
dc.description.abstractEste trabalho analisa os contra movimentos ao sufrágio feminino no Brasil, investigando os discursos e estratégias utilizados por grupos conservadores para resistir à inclusão das mulheres na vida política durante as décadas de 1920 e 1930. A conquista do voto feminino em 1932, consolidado na Constituição de 1934, foi um marco na luta pelos direitos das mulheres, mas enfrentou forte oposição de setores que defendiam a manutenção de estruturas patriarcais. Utilizando o conceito de backlash, proposto por Susan Faludi (1991), este estudo demonstra como avanços feministas desencadearam reações organizadas que buscavam preservar hierarquias de gênero. A pesquisa identifica os principais atores contrários ao sufrágio feminino, como a Igreja Católica, elites políticas e imprensa conservadora, que justificavam sua resistência por meio de discursos religiosos, pseudocientíficos, moralistas e nacionalistas. Argumentava-se que a participação política das mulheres ameaçava a "harmonia familiar", a "ordem natural" e até a "segurança nacional". A análise de fontes históricas—como charges da revista Careta—revela a violência simbólica contra as sufragistas, retratadas como "desordeiras" ou "antinaturais". O estudo também examina a participação de mulheres em movimentos conservadores, destacando as contradições internas ao feminismo da época. Metodologicamente, apoia-se na análise de discurso (Pêcheux, 1997; Orlandi, 2012) para desvendar as estruturas de poder por trás desses argumentos. Conclui-se que o backlash ao sufrágio feminino não foi um fenômeno isolado, mas parte de um ciclo de reações a mudanças nas relações de gênero, cujos ecos persistem em debates contemporâneos sobre direitos das mulheres. Resumen Este estudio analiza los movimientos contrarios al sufragio femenino en Brasil, examinando los discursos y estrategias utilizados por grupos conservadores para resistirse a la inclusión de las mujeres en la vida política durante las décadas de 1920 y 1930. La conquista del voto femenino en 1932, consolidada en la Constitución de 1934, fue un hito en la lucha por los derechos de las mujeres, pero enfrentó una fuerte oposición de sectores que defendían el mantenimiento de estructuras patriarcales. Utilizando el concepto de backlash, propuesto por Susan Faludi (1991), este trabajo demuestra cómo los avances feministas desencadenaron reacciones organizadas que buscaban preservar las jerarquías de género. La investigación identifica a los principales actores opuestos al sufragio femenino, como la Iglesia Católica, las élites políticas y la prensa conservadora, que justificaban su resistencia mediante discursos religiosos, pseudocientíficos, moralistas y nacionalistas. Se argumentaba que la participación política de las mujeres amenazaba la "armonía familiar", el "orden natural" e incluso la "seguridad nacional". El análisis de fuentes históricas—como caricaturas de la revista Careta—revela la violencia simbólica contra las sufragistas, representadas como "desordenadas" o "antinaturales". El estudio también examina la participación de mujeres en movimientos conservadores, destacando las contradicciones internas del feminismo de la época. Metodológicamente, se basa en el análisis del discurso (Pêcheux, 1997; Orlandi, 2012) para develar las estructuras de poder detrás de estos argumentos. Se concluye que el backlash contra el sufragio femenino no fue un fenómeno aislado, sino parte de un ciclo de reacciones ante cambios en las relaciones de género, cuyos ecos persisten en debates contemporáneos sobre los derechos de las mujeres.
dc.identifier.urihttps://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/9205
dc.language.isovi
dc.rightsopenAccess
dc.subjectsufrágio
dc.subjectdireitos das mulheres
dc.subjectpolítica
dc.subjectfeminismo
dc.titleBacklash conservador: os discursos e contra-movimentos ao sufrágio das mulheres no Brasil
dcterms.abstractThis study examines the counter-movements against women's suffrage in Brazil, analyzing the discourses and strategies used by conservative groups to resist women's inclusion in political life during the 1920s and 1930s. The achievement of female suffrage in 1932, later enshrined in the 1934 Constitution, marked a milestone in the struggle for women's rights but faced strong opposition from sectors defending patriarchal structures. Drawing on Susan Faludi’s (1991) concept of backlash, this research demonstrates how feminist progress triggered organized reactions aimed at preserving gender hierarchies. The study identifies key opponents of women's suffrage, including the Catholic Church, political elites and conservative media, who justified their resistance through religious, pseudoscientific, moralistic, and nationalist arguments. Critics claimed that women's political participation threatened "family harmony," the "natural order," and even "national security." An analysis of historical sources—such as satirical cartoons from Careta—reveals the symbolic violence against suffragists, who were portrayed as "disruptive" or "unnatural." The research also explores women’s involvement in conservative movements, highlighting internal contradictions within early feminism. Methodologically, the study employs discourse analysis (Pêcheux, 1997; Orlandi, 2012) to uncover the power structures behind these arguments. It concludes that the backlash against women's suffrage was not an isolated phenomenon but part of a cyclical reaction to shifts in gender relations, with echoes persisting in contemporary debates on women's rights.

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