A formação da classe ociosa à luz do pensamento de Marx e Veblen

dc.contributor.authorAlmeida, Edson Maycon Barros
dc.date.accessioned2025-12-17T14:40:02Z
dc.date.available2025-12-17T14:40:02Z
dc.date.issued2025-12-17
dc.descriptionTrabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política da Universidade Federal da Integração Latino- Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas – Economia, Integração e Desenvolvimento.
dc.description.abstractO estudo tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica para analisar a classe dominante à luz do pensamento de Thorstein Veblen e Karl Marx, investigando os mecanismos econômicos e sociais que sustentam essa camada social e sua relação com a estrutura produtiva. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, fundamentada em revisão bibliográfica de obras centrais e complementares dos autores supracitados, além de outros intelectuais como Nikolai Bukharin, Pierre Bourdieu e Jean Baudrillard, bem como estudos contemporâneos sobre a temática. Enquanto Marx expõe as dinâmicas estruturais da apropriação do excedente pela burguesia em suas diferentes frações industrial, comercial, financeira e agrária e evidencia que essa apropriação constitui um traço essencial da lógica de reprodução do capital, na qual toda a classe burguesa participa do processo de extração e realização da mais-valia gerada pelo trabalho social. Veblen complementa a análise ao descrever a classe ociosa como um grupo que ostenta riqueza e status por meio do consumo conspícuo e do desperdício visível. A pesquisa identifica que essa elite se perpetua por meio da acumulação de capital e da reprodução de padrões culturais que reforçam a distinção social e a desigualdade estrutural. Para além das contribuições centrais de Marx e Veblen, são incorporadas as ideias de Bukharin, que aprofunda a crítica ao capital financeiro; Bourdieu, com os conceitos de habitus e poder simbólico; e de Baudrillard, ao discutir o consumo como linguagem e instrumento de controle social nas sociedades pós-industriais. Os resultados demonstram que a elite dominante tem se adaptado às transformações econômicas e tecnológicas sem abrir mão de sua posição privilegiada. O estudo contribui para a compreensão das dinâmicas de poder e exclusão no capitalismo contemporâneo, evidenciando a resiliência das estruturas que sustentam a elite improdutiva. Ainda, aponta que a manutenção dessa classe é favorecida por políticas econômicas concentradoras de renda, patrimônio e pela naturalização simbólica da desigualdade. Conclui-se que a classe ociosa exerce um papel central na manutenção das hierarquias sociais e na reprodução das relações de dominação, configurando-se como um fenômeno intrinsecamente ligado à lógica do capitalismo. Tais constatações reforçam a necessidade de reformas institucionais e políticas redistributivas que mitiguem os efeitos da desigualdade e das formas de exploração do sistema vigente. Embora tais reformas possam aliviar temporariamente as contradições sociais e atenuar a pobreza, elas não modificam as expressões orgânicas do capitalismo, cuja lógica é a acumulação. Em outras palavras, não enfrentam as causas estruturais da desigualdade, que exigem a transformação da base produtiva e do poder político. Resumen El estudio tiene como objetivo realizar una revisión bibliográfica para analizar a la clase dominante a la luz del pensamiento de Thorstein Veblen y Karl Marx, investigando los mecanismos económicos y sociales que sostienen a este estrato social y su relación con la estructura productiva. La investigación adopta un enfoque cualitativo, basado en una revisión bibliográfica de las obras centrales y complementarias de los autores mencionados, así como de otros intelectuales como Nikolai Bujarin, Pierre Bourdieu y Jean Baudrillard, además de estudios contemporáneos sobre la temática. Marx expone las dinámicas estructurales de la apropiación del excedente por parte de la burguesía en sus diferentes fracciones —industrial, comercial, financiera y agraria—, y señala que dicha apropiación constituye un rasgo esencial de la lógica de reproducción del capital, en la cual toda la clase burguesa participa en el proceso de extracción y realización de la plusvalía generada por el trabajo social. Veblen complementa el análisis al describir a la clase ociosa como un grupo que ostenta riqueza y estatus mediante el consumo conspicuo y el derroche visible. La investigación identifica que esta élite se perpetúa a través de la acumulación de capital y la reproducción de patrones culturales que refuerzan la distinción social y la desigualdad estructural. Más allá de las contribuciones centrales de Marx y Veblen, se incorporan las ideas de Bujarin, quien profundiza la crítica al capital financiero; de Bourdieu, con los conceptos de habitus y poder simbólico; y de Baudrillard, al discutir el consumo como lenguaje y como instrumento de control social en las sociedades posindustriales. Los resultados demuestran que la élite dominante se ha adaptado a las transformaciones económicas y tecnológicas sin renunciar a su posición privilegiada. El estudio contribuye a la comprensión de las dinámicas de poder y exclusión en el capitalismo contemporáneo, evidenciando la resiliencia de las estructuras que sostienen a la élite improductiva. Asimismo, señala que la manutención de esta clase se ve favorecida por políticas económicas que concentran la renta y el patrimonio, así como por la naturalización simbólica de la desigualdad. Se concluye que la clase ociosa desempeña un papel central en el mantenimiento de las jerarquías sociales y en la reproducción de las relaciones de dominación, configurándose como un fenómeno intrínsecamente ligado a la lógica del capitalismo. Estas constataciones refuerzan la necesidad de reformas institucionales y políticas redistributivas que mitiguen los efectos de la desigualdad y las formas de explotación del sistema vigente. Aunque tales reformas puedan aliviar temporalmente las contradicciones sociales y atenuar la pobreza, no modifican las expresiones orgánicas del capitalismo, cuya lógica es la acumulación. En otras palabras, no enfrentan las causas estructurales de la desigualdad, que requieren la transformación de la base productiva y del Versão Final Homologada poder político.
dc.identifier.urihttps://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/9474
dc.language.isovi
dc.rightsopenAccess
dc.subjectclasses sociais
dc.subjectelites (Ciências sociais)
dc.subjectdesigualdade
dc.subjectclasse ociosa
dc.titleA formação da classe ociosa à luz do pensamento de Marx e Veblen
dcterms.abstractThe study aims to conduct a literature review to analyze the ruling class in light of the thought of Thorstein Veblen and Karl Marx, investigating the economic and social mechanisms that sustain this social group and its relationship with the productive structure. The research adopts a qualitative approach, based on a bibliographical review of the central and complementary works of the aforementioned authors, as well as of other intellectuals such as Nikolai Bukharin, Pierre Bourdieu, and Jean Baudrillard, in addition to contemporary studies on the subject. Marx exposes the structural dynamics of surplus appropriation by the bourgeoisie in its different fractions — industrial, commercial, financial, and agrarian — and points out that this appropriation constitutes an essential feature of the logic of capital reproduction, in which the entire bourgeois class participates in the process of extracting and realizing the surplus value generated by social labor. Veblen complements the analysis by describing the leisure class as a group that displays wealth and status through conspicuous consumption and visible waste. The research identifies that this elite perpetuates itself through capital accumulation and the reproduction of cultural patterns that reinforce social distinction and structural inequality. Beyond the central contributions of Marx and Veblen, the ideas of Bukharin, who deepens the critique of financial capital, Bourdieu, with the concepts of habitus and symbolic power, and Baudrillard, who discusses consumption as language and as an instrument of social control in post-industrial societies, are incorporated. The results show that the dominant elite has adapted to economic and technological transformations without relinquishing its privileged position. The study contributes to understanding the dynamics of power and exclusion in contemporary capitalism, highlighting the resilience of the structures that sustain the unproductive elite. Moreover, it indicates that the maintenance of this class is favored by economic policies that concentrate income and wealth, as well as by the symbolic naturalization of inequality. It concludes that the leisure class plays a central role in maintaining social hierarchies and reproducing relations of domination, thus constituting a phenomenon intrinsically linked to the logic of capitalism. These findings reinforce the need for institutional reforms and redistributive policies that mitigate the effects of inequality and the forms of exploitation inherent to the current system. Although such reforms may temporarily alleviate social contradictions and reduce poverty, they do not alter the organic expressions of capitalism, whose logic is accumulation. In other words, they do not address the structural causes of inequality, which demand the transformation of the productive base and political power.

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