dc.description.abstract | O Mercado Comum do Sul (Mercosul) se constituiu em um momento de
competitividade internacional e de regionalismo aberto; no entanto, o bloco tem
como antecedente o estreitamento das relações entre Brasil e Argentina na década
de 1980 e foi criado posteriormente em 1991 pelo Tratado de Assunção.
Inicialmente, o Mercosul nasce a partir de um viés econômico e comercial, em que o
principal objetivo era construir uma região competitiva na América do Sul. Após este
momento inicial, tivemos o predomínio de governos progressistas a partir de 2003 na
maioria dos países da região, que fomentaram o início da construção de uma
dimensão social no Mercosul. Dentre estas fases do bloco, este estudo pretende
analisar de forma crítica, especificamente o período de decisões pautadas a partir da
criação da dimensão social. Dessa forma, temos como objetivo principal verificar
qual é a efetividade das políticas sociais criadas com base no Plano Estratégico de
Ação Social (PEAS), focando especialmente no tema do Eixo 1: Erradicar a fome, a
pobreza e combater as desigualdades sociais. Defendemos a hipótese de que houve
uma efetividade mediana das políticas sociais implementadas a partir do PEAS, pois
parte do ideário neoliberal de como interpretar e abordar a pobreza continua
presente no período progressista e nos eixos prioritários do PEAS. Isto traz como
consequência a implementação de receituários neoliberais propostos pelas mesmas
organizações internacionais pró establishment, isto é, as políticas sociais só
encontram o caminho da focalização e das compensações dos problemas sociais,
quando na verdade deveriam ser políticas de caráter universal, multidimensional,
intersetorial e interseccional. Dessa forma, a fim de transformar essa concepção de
pobreza, realizamos um diagnóstico social do Mercosul a partir do Índice de Pobreza
Multidimensional (IPM), que demonstrará as diversas pobrezas invisíveis tanto para
os dados dos institutos nacionais como para os governos do Mercosul. | pt_BR |