Os ritmos de Abya Yala na poesia de Rubén Vela e na obra pictórica de Leónidas Gambartes
Resumo
O poeta Rubén Vela e o artista plástico Leónidas Gambartes assumem o passado préhispânico dentro
de uma perspectiva alheia à linearidade. Buscam outro mundo. Seus textos orientamse em direção ao
desconhecido e ao misterioso. Nomeiam lugares e antepassados. Retomam ideias, experiências e destacam a
cultura em diálogo contínuo feito de contradições, ambiguidades e bifurcações. Tal percepção movese na
circunstância espacial e temporal de uma constante indagação, na qual, a linguagem tornase experimentação
inquisitiva. Nesse sentido, é possível observar uma rede complementar que os une, porque ambos são capazes
de representar deslocamentos imaginários em suas obras. O poeta Vela, primeiramente no espaço americano,
mais tarde, em outros continentes e, o pintor Gambartes no interior da Argentina. Dessa maneira, instauramse
alteridades projetadas por meio da mobilidade e das redes de troca cultural. A partir de uma geografia simbólica
avessa ao etnocentrismo, Vela e Gambartes fortalecem, em seus projetos estéticos, as distintas vozes de Abya
Yala, nos quais, pulsam deuses, heróis e paisagens invocados por forças vitais capazes de impedir o seu
silenciamento.