| dc.description.abstract | Em 2020, o então presidente e candidato à reeleição, o republicano Donald Trump, apresentou um comportamento considerado errático e impróprio na gestão dos desafios e dos impactos em diferentes áreas, nos Estados Unidos, impostos pela crise sanitária global deflagrada pela pandemia da covid-19. Embora seu governo tenha sido responsável pela criação e pela implementação do programa especial Operation Warp Speed Vaccine Iniciative (OWS), crucial para liberar recursos e acelerar a pesquisa e a produção de vacinas e terapias contra o coronavírus Sars-CoV-2, Trump demorou para agir. Junto a isso, mas não somente, disseminou conteúdos negacionistas e fake news sobre a pandemia, criticou e desautorizou especialistas e desrespeitou familiares e amigos dos cerca de 900 mil americanos mortos. Por que, apesar de tudo isso, o republicano manteve um amplo apoio de sua base eleitoral? Esta é a principal pergunta que motiva a presente pesquisa, de grande importância em um novo contexto eleitoral e de permanência e ganho de vitalidade de Trump. Antecipa-se que o agravamento da polarização partidária, o potencializado estímulo a determinados aspectos da onipresente “guerra cultural” estadunidense e outros elementos de sua cultura política possam contribuir para um melhor entendimento desta fidelização ao trumpismo. Para tanto, buscaremos identificar, em um primeiro momento, mudanças ocorridas na política doméstica que possam ter levado à chegada de Donald Trump à Casa Branca, um autodeclarado outsider das disputas políticas que contou, amplamente, com o apoio de um eleitorado de direita e extrema ultradireita. O recorte temporal desta pesquisa tem início na crise financeira de 2008 e se encerra em 2020, período durante o qual também buscaremos identificar retrocessos políticos e sociais do governo Trump. Como suporte teórico para a análise de discurso que se pretende fazer, este trabalho recorrerá ao Construtivismo e ao debate sobre crise da globalização e identidade na área de Psicologia Social, refletindo, entre outros pontos, sobre a desvalorização da ciência, sobre os efeitos Dunning-Krueger e Rashomon e sobre o negacionismo do mandatário e de seus apoiadores como algo danoso para o país, em meio à pandemia da COVID-19. | pt_BR |
