Modernidade, espaço rural, arquitetura e suas relações de gênero
Resumo
Desde a colonização da América, a manutenção de estruturas de poder, dominação e de
violência, próprias da colonialidade, produziram diferentes arquiteturas: de um lado as casas
dos ganhadores 46 e do outro, as casas das/os perdedoras/es 47 (HOBSBAWN, 2010); no espaço
rural, de um lado as casas dos senhores de engenhos, do outro os barracos do MST -
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Esse processo colonial que resulta nas
arquiteturas das casas de fazendas, das senzalas e das casas quilombolas, se impôs no
território onde haviam as casas indígenas. Ao falar de território rural vale elucidar que a
colonialidade do saber (MIGNOLO, 2007) produz uma narrativa histórica baseada nas noções
civilizatórias da modernidade ocidental, que concebe os espaços naturais e rurais como
“espaços vazios” e “atrasados”, e que justifica ações de desenvolvimento em direção ao
“progresso”, mesmo que destruam e exterminem culturas, comunidades e recursos