Heitor VillaLobos, sob o conceito de Real Maravilhoso de Alejo Carpentier
Resumo
Alejo Carpentier fala de seu conceito de “Real Maravilhoso”, pela primeira vez, em 1948, mas
apenas no ano seguinte, no prólogo do livro O reino deste mundo. É que desenvolve mais
claramente, na forma de ensaio. O escritor diz que o “real maravilhoso” é patrimônio de toda a
América Latina e que faz parte da vida de todos os grandes nomes que deixaram marcas na história
do continente. Entre esses, encontramos o compositor Heitor VillaLobos, de quem Carpentier se
tornou amigo e promotor, descrevendoo como o maior representante da música latinoamericana.
Em seus textos sobre o músico, muitas vezes carregados de neobarroquismos, o escritor e ensaísta
reconta histórias e anedotas ouvidas em rodas de conversa, reforçando a ideia de que, nos exageros
entusiásticos das falas de VillaLobos, podemos encontrar claramente elementos do “real
maravilhoso” que contribuíram para o deslumbramento provocado nos europeus, a partir de 1920.
Portanto, analisarei aqui alguns textos escritos por Carpentier, sobre VillaLobos, que se enquadram
nesse conceito e que, de certa forma, também se inseriram na construção idealizada de sua
importância como ícone maior da música representativa da américa latin, não só na Europa, mas
além dela