Mobilidade transcultural e estética do dilaceramento – uma leitura do conto A Caacupé, de Josefina Plá
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Data
2016-08Autor
Coelho, Maria Josele Bucco
Avella, Maria Teresita Campos
Metadata
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Segundo Bernd (2012), as mobilidades migratórias transculturais abarcam os deslocamentos que
implicam em uma desterritorialização dos indivíduos de uma comunidade de origem e sua posterior
inserção dentro de uma nova comunidade cultural. Designam, nesse ínterim, os trânsitos
impostos/vividos/sofridos em meio a processos de emigração/imigração e pressupõe o
desencadeamento de passagens e transferências culturais. Esse processo, muitas vezes brutal, revela
a condição daqueles que, por razões diversas, se estabelecem em encruzilhadas culturais e
necessitam constituirse em uma territorialidade – física e simbólica dual e, muitas vezes, múltipla.
Partindo desse pressuposto, este estudo busca flagrar os matizes estéticos descoloniais que
desvelam essa condição nas práticas literárias contemporâneas. Assim, por meio da análise do conto
A Caacupé, de Josefina Plá (19031999) pretendese esquadrinhar como o dilaceramento, enquanto
estética descolonial ancorada no sofrimento causado pela intersecção de universos culturais
distintos se instaura no conto contemporâneo e revela como os indivíduos, fagocitados, sofrem a
agrura do pertencimento duplo – ou múltiplo