Lumpemburguesia e Integração: A Federação das Indústrias de São Paulo e a Política Exterior Brasileira - 2013-2016
Abstract
A análise demonstra que as ondas de integração latino-americana, antes mesmo da formação da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe - CEPAL, vêm sendo realizadas com a presença ativa das elites crioulas dos países latino-americanos; sendo assim, constitui um equívoco, muitas vezes perigoso, atribuir os avanços e refluxos da integração regional – tão só – a questões técnicas, institucionais e ao empenho de governos, não jogando luz sobre as estruturas de poder nos processos de integração da região. Com efeito, as ondas de integração se desdobram em meio a uma polaridade essencial, ou seja, uma disjuntiva entre o Continentalismo integrador latino-americano e o Pan-americanismo com gênese na Doutrina Monroe. Verifica-se que a quarta onda de integração latino-americana, isto é, a que se inicia nos anos 2000, não escapa deste drama histórico. Contudo, no âmbito das forças insurgentes constata-se uma cooperação antagônica entre dois movimentos distintos, gestados ainda nos finais do século XX, sendo estes: o democrático-progressismo e o nacionalismo revolucionário. Considerando estes aspectos, a objetivo desde trabalho é, em termos concretos, por em relevo a correlação entre a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e os projetos de integração regional do Cone Sul latino-americano. Todavia, nos atemos menos em aspectos jurídicos ou institucionais e mais na formação econômico-social sob a qual se assenta tal entidade patronal. Neste passo, não há como clarificar o papel da Fiesp frente aos países latinoamericanos sem lançar luz sobre a burguesia bandeirante e sua condição satélite frente ao imperialismo de turno. Nossa hipótese é a de que os governos se amparam na força que auferem nacionalmente, em seu conjunto, com os desdobramentos averiguados no período 2013-2016 sobretudo no tocante às diretrizes de política externa; não foram fruto de uma improvisação da lumpemburguesia brasileira, mas, em seu limite, refletem as condições normais de funcionamento de uma política econômica institucionalizada, um padrão de reprodução do capital devastador para os Estados Latino-americanos. Por fim, não é o lumpemdesenvolvimento industrial, de cerca de 11,3 % em relação ao PIB (2018), que faz com a Fiesp ocupe protagonismo nas manifestações de classes médias na Av. Paulista. E nem o fato de que o presidente do Conselho Superior de Economia, ex-superministro do período militar, Antônio Delfim Netto, seja um personagem que circule sem inibição por dentro de todos os governos da história recente brasileira. El análisis muestra que las olas de integración latinoamericana, incluso antes de la formación
de la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), se han llevado a cabo
con la presencia activa de las élites criollas de los países latinoamericanos; por lo tanto, es una
idea errónea a menudo peligrosa atribuir los avances y reflujos de la integración regional, solo,
a cuestiones técnicas, institucionales y al compromiso de los gobiernos, sin arrojar luz sobre las
estructuras de poder en los procesos de integración de la región. De hecho, las olas de
integración se desarrollan en medio de una polaridad esencial, es decir, un disyuntivo entre el
continentalismo integrador latinoamericano y el panamericanismo con génesis en la Doctrina
Monroe. Resulta que la cuarta ola de integración latinoamericana, es decir, la que comienza en
la década de 2000, no escapa a este drama histórico. Sin embargo, dentro del alcance de las
fuerzas insurgentes, existe una cooperación antagónica entre dos movimientos distintos,
nacidos a fines del siglo XX, a saber: el progresismo democrático y el nacionalismo
revolucionario. Considerando estos aspectos, el objetivo de este trabajo es, en términos
concretos, resaltar la correlación entre la Federación de Industrias del Estado de São Paulo
(Fiesp) y los proyectos de integración regional del Cono Sur de América Latina. Sin embargo,
centrémonos menos en los aspectos legales o institucionales y más en la formación económica
y social en la que se basa dicho empleador. En esta etapa, no hay forma de aclarar el papel de
Fiesp con respecto a los países latinoamericanos sin arrojar luz sobre la burguesía bandeirante
y su condición satelital ante el cambio imperialista. Nuestra hipótesis es que los gobiernos se
basan en la fortaleza que obtienen a nivel nacional, en su conjunto, de los resultados (durante
el período 2013-2016), especialmente con respecto a las directrices de política exterior; no
fueron el resultado de una improvisación de la lumpenburguesia brasileña, sino que, en su
límite, reflejan las condiciones normales de operación de una política económica
institucionalizada, un patrón de reproducción de la capital devastadora para los estados
latinoamericanos. a. Finalmente, no es el crecimiento del desarrollo industrial de alrededor del
11,3% del PIB (2018) lo que hace que Fiesp desempeñe un papel de liderazgo en las
manifestaciones de clase media en la Avenida Paulista. Tampoco es el hecho de que su ex
presidente del Consejo Superior de Economía, ex superintendente militar de las fuerzas
armadas, Antonio Delfim Netto, es un personaje que circula sin inhibiciones dentro de todos
los gobiernos de la historia brasileña reciente The analysis shows that waves of Latin American integration, even before the formation of the
Economic Commission for Latin America and the Caribbean (ECLAC), have been carried out
with the active presence of the Creole elites of Latin American countries; therefore, it is a often
dangerous misconception to attribute the advances and ebbs of regional integration - only - to
technical, institutional issues and the commitment of governments, not shedding light on the
power structures in the region's integration processes. Indeed, the waves of integration unfold
in the midst of an essential polarity, that is, a disjunctive between Latin American integrative
Continentalism and Pan Americanism with genesis in the Monroe Doctrine. It turns out that the
fourth wave of Latin American integration, that is, the one that begins in the 2000s, does not
escape this historical drama. However, within the scope of the insurgent forces, there is an
antagonistic cooperation between two distinct movements, born in the late twentieth century,
namely: democratic-progressivism and revolutionary nationalism. Considering these aspects,
the objective of this work is, in concrete terms, to highlight the correlation between the
Federation of Industries of the State of São Paulo (Fiesp) and the Latin American Southern
Cone regional integration projects. However, let us focus less on legal or institutional aspects
and more on the economic and social formation on which such employer is based. At this stage,
there is no way to clarify Fiesp's role vis-à-vis the Latin American countries without shedding
light on the bandeirante bourgeoisie and its satellite condition in the face of shift imperialism.
Our hypothesis is that the governments base themselves on the strength that they gain
nationally, as a whole, with the developments verified in the 2013-2016 period, especially with
regard to foreign policy guidelines; they were not the result of an improvisation of the Brazilian
lumpenburgeoisie, but, in their limit, reflect the normal conditions of operation of an
institutionalized economic policy, a pattern of reproduction of the devastating capital for the
Latin American states. Finally, it is not the industrial development lump of around 11.3% of
GDP (2018) that makes Fiesp take center stage in the middle class demonstrations on Paulista
Avenue. Nor is the fact that the president of the Superior Council of Economics, former military
supervisor of the military period, Antônio Delfim Netto, is a character that circulates without
inhibition within all the governments of recent Brazilian history