Avaliação de captura de CO2 devido à carbonatação de argamassas de revestimento produzidas com RCD
Resumen
A Indústria da Construção Civil (IC) é uma das maiores contribuintes para a emissão de CO2, geração de resíduos do planeta, além de consumir elevados volumes de matéria-prima e energia elétrica, o que gera diversos impactos negativos ao meio ambiente. No entanto, a reutilização dos resíduos como agregados reciclados e a estocagem do CO2 na matriz cimentante de concretos e argamassas podem reduzir estes problemas. Neste sentido, o presente trabalho visa avaliar a captura de CO2 devido à carbonatação de argamassas de revestimento, produzidas com diferentes teores de resíduo de construção e demolição (RCD). Para isso, foram dosadas argamassas de revestimento, com substituição em massa de 0%, 50% e 100% do agregado natural (NA), pelo agregado miúdo reciclado de RCD. As argamassas produzidas foram submetidas a diferentes testes de desempenho, tanto no estado fresco quando no estado endurecido. O estudo do sequestro do CO2 foi conduzido por meio da determinação da profundidade de carbonatação das argamassas em diferentes idades (28, 56, 84, 95, 167, 195, 202 dias), para três ambientes de exposição da edificação (interno em laboratório, externo protegido e externo desprotegido da chuva). Os resultados experimentais indicam que quanto maior o teor de RCD empregado na produção das argamassas maior é a captura de CO2, sendo até 2,3 vezes maior para a argamassas com 100% de RCD e teor mínimo de clínquer. As argamassas de revestimento têm velocidade de carbonatação elevada podendo carbonatar 20 mm em menos de 200 dias, capturando durante este período até 94 kgCO2/m³. Sendo assim, por meio da reação de química da carbonatação inerente aos produtos à base de cimento, o ambiente construído pode capturar CO2 deste a fase de construção até o pós-demolição, contribuindo para a mitigação das emissões associadas a este gás, sendo um processo chave para edificações mais sustentáveis. The industry of civil construction (IC) is one of the main contributors to CO 2 emission,
planetary waste generation, great volumes of raw material and electric energy consumption,
creating many negative impacts to environment. Although, the reuse of waste as recycled
aggregates and CO 2 stocking in the cement matrix of concretes and mortars can reduce
these problems. In this way, the present work wants to assess the CO 2 capture due to
carbonation of coating mortars, produced with different levels of construction and demolition
waste (C&D). For this, we dosed coating mortars, with substitution in mass of 0%, 50% and
100% of natural aggregate (NA), by thin recycled aggregate of C&D. The mortars produced
were put through to different tests of performance, in fresh state and in hardened state. The
study of CO 2 sequestration was conducted by means of determination of carbonation depth
of the mortars in different ages (28, 56, 84, 96, 167, 195, 202 days), for three environments
of building exposition (internal into the laboratory, external protected and external
unprotected from rains). The experimental results indicate that the bigger the level of C&D
used in the production of mortar higher is the CO 2 capture, being 2,3 times bigger to mortars
with 100% of C&D and minimum level of clinker. The coating mortar has high carbonating
velocity being able to carbonate 20 mm in less than 200 days, capturing, during this period,
as much as 94kgCO 2 /m 3 . Therefore, by means of inherent chemical reaction of carbonation
on cement basis, the built environment can capture CO 2 since the beginning of construction
until post-demolition stage, contributing to mitigation of emissions associated to this gas,
being the key process to more sustainable edifications