Estudo de Métodos para Avaliação da Degradação de Bisfenol A (BFA) por Fungos Filamentosos

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Data

2023

Autores

Kao, Larissa Sthefany

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Resumo

O plástico é um material versátil que tem sido utilizado na produção de diferentes produtos, desde utensílios domésticos, até componentes industriais. Porém, as consequências desta utilização é o intenso descarte gerado após seu uso. O Bisfenol A (BFA) é um componente presente em diversos plásticos por conta de sua aplicabilidade e baixo valor, contudo, também é notável pelos seus efeitos tóxicos causados ao meio ambiente e aos organismos. Como uma alternativa para degradação e remoção do BFA, a biorremediação utilizando fungos se mostra uma estratégia promissora. Contudo, para avaliar a biodegradação são usadas atualmente metodologias que demandam equipamentos especializados, dificultando a eficiência na triagem microbiana. Assim, o presente estudo avaliou dois métodos para detecção de BFA, a partir de processos de desintoxicação e degradação através dos cultivos das linhagens fúngicas Bjerkandera sp. CCMIBA_R111, Aspergillus sp. CCMIBA_R056, Trametes sp. CCMIBA_2AQ e Penicillium sp. CCMIBA_2G pertencentes à Coleção de Cultura de Micro-organismos de Importância Biotecnológica e Ambiental (CCMIBA), na presença de 10 mg/L de BFA. Ao fim do cultivo, os sobrenadantes foram separados para ensaios de fitotoxicidade com Cucumis sativus, avaliação da atividade da enzima lacase e a avaliação espectrofotométrica de detecção de BFA. No ensaio de fitotoxicidade, a germinação (em cm) das sementes de C. sativus cultivadas nos sobrenadantes dos tratamentos fúngicos foi utilizada para o cálculo da porcentagem de inibição (toxicidade). No meio de cultivo dos basidiomicetos, houve germinação das sementes no controle negativo (apenas com BFA), indicando algum efeito sinérgico independente da biodegradação que diminuiu a toxicidade. Por outro lado, em todos os ensaios (incluindo o controle negativo) dos ascomicetos Aspergillus sp. CCMIBA_R056 e Penicillium sp. CCMIBA_2G houve inibição total na germinação. Para Bjerkandera sp. CCMIBA_R111 e Trametes sp. CCMIBA_2AQ houve germinação das sementes, porém ainda com toxicidade alta, que poderia ser ocasionada pelos próprios metabólitos secundários dos fungos basidiomicetos. Ademais, registrou-se uma variabilidade nos valores de germinação, mesmo no ensaio controle (com água) indicando a necessidade de um bioindicador alternativo com sensibilidade conhecida e maior reprodutibilidade. A avaliação da lacase demonstrou a ausência enzimática em todos os fungos, a lacase é umas das principais enzimas reportadas para degradação do BFA, indicando assim, a possibilidade de outra rota de degradação pelos fungos estudados. Por fim, os perfis espectrofotométricos obtidos mostraram redução dos picos de BFA em fungos basidiomicetos, ou seja, possivelmente degradação da molécula e corroborando com os resultados da fitotoxicidade. Deste modo, Bjerkandera sp. CCMIBA_R111 e Trametes sp. CCMIBA_2AQ apresentaram potencial para biorremediação de BFA e serão avaliados em novos estudos. Concluímos que o uso de um método de toxicidade, diferente de C. sativus, é necessário para fortalecer os resultados do perfil espectrométrico, e essa pode ser uma estratégia interessante para a triagem de fungos que possam contribuir na biorremediação do BFA.

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas – Ecologia e Biodiversidade.

Palavras-chave

microplásticos, biorremediação, enzimas, toxicidade, basidiomicetos

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