A Faca do Pasmado e a Daga de Moreira: Representações Artefatuais na Literatura Oitocentista

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2022

Autores

Costa Júnior, José Luciano da

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

Neste trabalho realiza-se a comparação dos folhetins Juan Moreira (1879), do rio-platense Eduardo Gutiérrez (1851-1889) e O Cabeleira (1876), do cearense Franklin Távora (1842-1888), tendo como ponto de partida os artefatos textualmente representados nas duas obras. A estrutura do texto se divide em três ensaios que acenam para diferentes momentos da pesquisa. No primeiro deles, intitulado Da “arte da alma” à “arte das coisas”, busco demonstrar a partir de um breve panorama histórico como, do ponto de vista dos procedimentos de escrita literária – para os quais me valho como referencia do texto Narrar ou Descrever? De Georg Lukács – os objetos e as coisas nem sempre fizeram parte do gosto ou das necessidades de uma obra literária, sendo, a princípio, um aspecto secundário ou inexistente. Já no segundo, intitulado Redes textuais e apontamentos históricos desde a América del Sur – me embrenho nas obras de escritores oitocentistas da Argentina e do Brasil na intenção de identificar quais noções e valores circundam o universo semântico dos artefatos ficcionais nesse período. Verso assim, sobre a gauchesca de Bartolomé Hidalgo (1788 – 1822) e as ideias de Civilización y Barbarie disseminadas por Domingo Faustino Sarmiento (1811 – 1888); sobre a escrita “etnográfica” dos poemas de Gonçalves Dias (1823 – 1864) e a perspectiva “arqueológica” de Manuel Araújo Porto-Alegre (1806 – 1879), além de uma gama de ensaios, artigos e outras fontes textuais de origens diversas. Não somente, o capítulo culmina ainda nas biografias de Eduardo Gutiérrez e Franklin Távora evidenciando os métodos e preferencias que subsidiaram seus estilos literários. Por fim, no ensaio A faca do Pasmado e a daga de Moreira, faço um breve relato autobiográfico da pesquisa na tentativa de conduzir o texto a algumas reflexões acerca dos desdobramentos históricos e culturais dos folhetins Juan Moreira e O Cabeleira. Nesse sentido, as adaptações da novela argentina para o mimodrama, o teatro e o cinema; bem como as versões da novela brasileira migradas para a televisão e o universo HQ e os acervos dos Museus do Cangaço de Serra Talhada-PE e Piranhas-AL, são tomados como ponto de partida para explorar as permanências e rupturas do passado com a história recente. Assim, num jogo de idas e voltas entre as literaturas analisadas e as produções subsequentes, saliento o modo distinto como ambas ficções foram apropriadas pelas “narrativas oficiais”.

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Literatura Comparada.

Palavras-chave

Távora, Baltasar Franklin. Gutiérrez, Eduardo. Romance follhetim. Cultura material. Cultura popular.

Citação