Análise da Fitotoxicidade da Atrazina após Biodegradação Fúngica

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Data

2022

Autores

Andretta, Alessandra

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Resumo

A atrazina (ATZ) é um herbicida muito comum utilizado para o controle de plantas daninhas, porém é capaz de permanecer por longos períodos no solo e ambientes aquáticos. Uma das formas de remover a ATZ do ambiente é através da biorremediação, utilizando fungos e bactérias. No entanto, sua degradação pode gerar resíduos tóxicos, assim, é necessário a avaliação da toxicidade dos metabólitos gerados após a biodegradação. De acordo com a literatura, o pepino (Cucumis sativus) se mostrou um ótimo modelo vegetal para a análise da fitotoxicidade e foi selecionado, no presente trabalho, para a avaliação da toxicidade do processo de biodegradação da ATZ pelos fungos Clonostachys rosea CCMIBA_R018, Purpureocillium lilacinum CCMIBA_R014, e Bjerkandera sp. CCMIBA_R111, pertencentes à Coleção de Cultura de Micro-organismos de Importância Biotecnológica e Ambiental (CCMIBA). Os fungos foram reativados e cultivados em meio malte 2 % (MA2) na presença e ausência da atrazina (10 mg), por dez dias a 28 ºC. Após o crescimento, a biomassa foi quantificada (peso seco) e o sobrenadante separado para avaliação da toxicidade. As sementes de C. sativus foram pré-tratadas e cultivadas com cinco (5) ml de cada tratamento do fungo, em seguida, foram mantidas em temperatura ambiente, durante nove dias. O crescimento das radículas e hipocótilos foram mensurados para o cálculo da porcentagem de inibição (toxicidade). O peso seco da biomassa dos fungos C. rosea CCMIBA_R018 e P. lilacinum CCMIBA_R014 mostraram resultados favoráveis, sem alteração do crescimento. Já Bjerkandera sp. CCMIBA_R111 apresentou crescimento significativamente menor (p<0,05) na presença de ATZ, indicando sensibilidade ao herbicida. Da mesma forma, para os testes de toxicidade, o tratamento da ATZ por Bjerkandera sp. CCMIBA_R111 resultou na maior toxicidade (84,7 %), seguido por C. rosea CCMIBA_R018 (80,47 %), indicando, para esses fungos, possivelmente a formação de metabólitos tóxicos decorrentes da degradação. Enquanto, para P. lilacinum CCMIBA_R014 não houve toxicidade (0 %) do sobrenadante, indicando eficiência no processo de desintoxicação da ATZ. Apesar do resultado positivo do uso de C. sativus como indicador, nos testes sem ATZ (controles) identificamos, para alguns fungos, que a presença de metabólitos naturalmente produzidos pelos fungos pode interferir no crescimento das sementes, mostrando que C. sativus pode ser sensível à presença destes compostos fúngicos. Os resultados obtidos no presente estudo indicam que esses fungos possuem potencial para biorremediação da ATZ e que o uso futuro de um consórcio entre esses três fungos é uma promissora alternativa para a degradação completa deste poluente, e consequentemente, redução da sua toxicidade.

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Biotecnologia.

Palavras-chave

pesticidas, Cucumis sativus, biorremediação, fungos, toxicidade

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