Governo Lula: ruptura ou continuidade?
Abstract
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume o poder, em 2003, muitos esperavam um grande rompimento com as políticas neoliberais. Porém, para a decepção dos mais heterodoxos, o que se verificou na realidade foram muitos pontos de continuidade, principalemnte em termos de política econômica. Este quadro muda a partir de 2006, quando a melhora dos índices macroeconômicos estimula um intenso debate sobre o posicionamento teórico-ideológico da base governista. Alguns autores acreditam que há uma inflexão na política econômica, estes dão mais destaque às continuidades e atribuiem a melhora nos indicadores macroeconômicos à favoravel conjuntura externa. Buscando-se compreender qual foi, na verdade, a inspiração por trás do comportamento político no segundo mandato do presidente Lula, faz-se necessário um melhor entendimento sobre as principais vertentes que se postulam como proponentes de política neste período histórico, a saber: neoliberarismo; social-liberarismo; novo-desenvolvimentismo e; social-desenolvimentismo, de maneira a verificar o que cada uma delas prega como boa política, para que, na posterior análise do comportamento do governo Lula em termos econômicos, se possa verificar qual delas foi mais influente. Assim pode perceber-se que dentre todas as correntes estudadas existem muitas semelhanças, e que houve sim um afastamento das políticas neoliberais, porém não de forma completa, até por que, mesmo nas vertentes ideológicas que se propõem como alternativa ao neoliberarismo, exite uma raiz neoliberal.