dc.description.abstract | A presente pesquisa visa promover reflexões sobre a globalização e suas implicações na
padronização curricular a partir do século XX e início do século XXI. Tendo como recorte
temporal o período iminente à Segunda Guerra Mundial, destaca a mudança de paradigma
dos currículos escolares que, neste momento, passaram a ser guiados em direção à
construção de uma identidade global. A construção dessa identidade global acontece
atrelada a outros fatores essenciais, que são a homogeneização e isomorfismo das
categorias curriculares a nível mundial e a emergência de um modelo de sociedade também
padronizado. Discutimos então, como a globalização dos currículos promove um novo
arranjo organizacional que interfere diretamente na relação entre currículo e espaço
escolar, pois transfere os poderes de decisão sobre a prática educativa para a escala global
– onde predomina a ação de agentes econômicos internacionais – ao mesmo tempo em
que mina o poder de decisão e autonomia da escala local, onde predomina a prática
educativa que é estreitamente ligada ao espaço de significação dos sujeitos e da
transformação social. Assim, a escola e o currículo se tornam desterritorializados,
submetidos às determinações externas ao ambiente escolar e que servem, sobretudo, à
lógica de acumulação do capital. A partir de uma revisão bibliográfica de alguns dos
principais autores do tema, demonstramos como a globalização dos currículos infere na
manutenção da racionalidade dominante, que a partir de grandes investimentos
estrangeiros diretos formalizaram as principais reformas da educação brasileira das últimas
décadas, implementando a desregulamentação da educação da esfera pública para a
esfera privada e fazendo prevalecer as relações hegemônicas entre centro e periferia do
sistema-mundo na formulação dos currículos escolares globalizados. | pt_BR |