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dc.contributor.authorLeroy, Henrique Rodrigues
dc.date.accessioned2021-05-18T14:56:45Z
dc.date.available2021-05-18T14:56:45Z
dc.date.issued2021
dc.identifier.citationLEROY, Henrique Rodrigues. Dos sertões para as fronteiras e das fronteiras para os sertões/ Henrique Rodrigues Leroy. Foz do Iguaçu: EDUNILA, 2021.pt_BR
dc.identifier.isbn978-65-86342-16-1
dc.identifier.urihttp://dspace.unila.edu.br/123456789/6107
dc.description.abstractA partir de um íntimo diálogo costurado entre Grande Sertão: Veredas, do conterrâneo Guimarães Rosa, e a Pedagogia do Oprimido, do centenário e também pernambucano Paulo Freire, estes escritos tecem narrativas advindas de uma sala de aula de Língua Portuguesa Adicional localizada na Tríplice Fronteira mais populosa e movimentada do Brasil, entre Paraguai, Argentina e Brasil, mais especificamente na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), localizada na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. De 2013 a 2018, transitei-me, por diversas vezes, entre essa Tríplice Fronteira, local onde morava e trabalhava, e a minha cidade natal chamada Esmeraldas, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Costumo dizer que essa minha querida cidade habita um entre-lugar e/ou uma terceira margem, entre as Minas profundas de Carlos Drummond de Andrade e os vastos Sertões das Gerais de João Guimarães Rosa. E essas constantes travessias, somadas às minhas múltiplas vivências na fronteira, sensibilizaram-me para epistemologias, ontologias e vivências outras que me tiraram das certezas e verdades cartesianas eurocêntricas perpetradas por um falacioso universalismo. Esta libertadora e emancipadora travessia permitiu um encontro não apenas comigo mesmo, mas também com toda uma gama de ativistas, artistas, autores, pensadores, educadores-educandos e educandos-educadores latino-americanos que retiraram as escamas que vendavam minhas lentes, revelando-me as diferentes diferenças deste mundo que, em realidade, é diverso, é plural e é heterogêneo. Estas ampliadas epistemologias latino-americanas também me sensibilizaram muito para conscientizações raciais e sociais críticas, fazendo com que eu me descobrisse e me descortinasse um (trans)sujeito branco e gay que habita lugares privilegiados e que, principalmente por isso, deve se responsabilizar pelas desnaturalizações das práticas racistas, sexistas, homofóbicas, opressoras e eurocentradas em todos os espaços que eu frequentar, performar e atuar, seja como um professor, um amigo, um namorado, um colega, um sobrinho, um tio, um padrinho etc… Ou seja, a fronteira, a UNILA e, sobretudo, a sala de aula de Língua Portuguesa Adicional apresentaram-me e me revelaram um tornar-me crítico envolto em um constante devir conscientizador e libertador. É certo que um desses muitos espaços que refletiu e propagou todas essas transformações narradas e confessadas acima foi a sala de aula de Língua Portuguesa Adicional da UNILA. A sala de aula de língua-cultura na fronteira foi uma terceira margem onde, a partir do encontro com (trans)sujeitos de origens, narrativas e repertórios linguístico-culturais diversos que também habitam outros sertões e outras fronteiras, eu pude – além de ensinar – aprender a desaprender para reaprender a respeitar, a valorizar e a criar espaços de escuta para as diferentes diferenças linguístico-culturais; para as diversas cosmovivências desta linda, rica e ferida Abya Yala que habitamos. Esses (trans)sujeitos e todas as suas biografias culturais vivenciadas por seus corpos latino-americanos foram visibilizados por meio das lentes translíngues, decoloniais e transculturais presentes na aula de Língua Portuguesa. O aprendizado das variedades brasileiras da língua-cultura portuguesa fez com que esses educandos pudessem performar suas diversas, plurais, transitórias e provisórias identidades, estivessem elas relacionadas às suas línguas-culturas de origem, às línguas-culturas dos seus colegas aprendidas na fronteira ou ao encontro de todas elas nessa terceira margem que é, foi e sempre será a sala de aula de Língua Adicional na UNILA. Assim, convido vocês, queridas e queridos leitores, e minhas queridas e meus queridos educandos, que advêm de diversas fronteiras e sertões latino-americanos, a atravessarem juntamente comigo estas páginas-veredas. Nelas, vocês descobrirão e desvendarão narrativas únicas e libertadoras que trarão lutas e construtos urgentes, insurgentes e necessários neste mundo que está, a cada dia que passa, mais enfermo e agonizante: decolonialidades, translinguagens, transculturalidades, identidades performativas, Guerra declarada ao Paraguai, Guerras declaradas aos Guarani e pensamento crítico latino-americano farão parte desta tentativa de alentar, mesmo que seja por um íntimo e curto momento de leitura, toda a dor e descaso que estamos presenciando nestes tristes e sombrios tempos. Em verdade, esta travessia translíngue e decolonial pelo ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa Adicional na Tríplice Fronteira pode nos fazer atravessar não somente as fronteiras e os sertões geográficos e físicos deste mundo – que ainda é redondo –, como também os sertões e as fronteiras que habitam dentro de nós mesmos. Esta viagem ruma para muito além de todos esses sertões e de todas essas fronteiras, sejam elas exteriores ou interiores! Este percurso pode nos revelar verdadeiros oásis-veredas conscientizadores e libertadores, que estão repletos de buritis e de caudalosos rios com suas também possíveis terceiras-margens. Este percurso tenta visibilizar os (trans)sujeitos com seus corpos, mentes, vivências e amores! Nunca se esquecendo de que o eros, o corazonar, o sentipensar e o sulear são os verdadeiros estímulos e guias de um trabalho que se diz translíngue e decolonial já em seu título.pt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.publisherEDUNILApt_BR
dc.subjectLíngua Portuguesa – Ensinopt_BR
dc.subjectLíngua Portuguesa – Estudopt_BR
dc.subjectFronteira – Brasil – Paraguai – Argentinapt_BR
dc.titleDos sertões para as fronteiras e das fronteiras para os sertõespt_BR
dc.typebookpt_BR


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