Educação Escolar na Tríplice Fronteira: crianças falantes de espanhol nas escolas municipais de Foz do Iguaçu (2019)
Abstract
Este trabalho pretende refletir sobre a realidade escolar das crianças falantes de espanhol em três escolas municipais da cidade de Foz do Iguaçu. O município iguaçuense encontra-se em uma região de tríplice fronteira com Argentina e Paraguai, e o cenário educacional da cidade é permeado pela matrícula de crianças não-brasileiras nas instituições escolares. Pretende analisar se a dimensão da relação destas escolas, com as populações em contexto de fronteira e com as crianças falantes de espanhol, é considerada em seus Projetos Políticos-pedagógicos (PPPs). Percorremos os documentos pela busca dos termos “Fronteira”, “Cultura” e “Diversidade”, como conceitos que poderiam orientar a reflexão acerca deste cenário socio-educacional. Os PPPs são documentos norteadores das ações administrativas e pedagógicas das escolas, além de apresentar o contexto sociopolítico e econômico da comunidade escolar. Dessa forma após analisar os documentos, dirigimos a análise para a observação nas três escolas, visando compreender quais eram as propostas concebidas nestes documentos institucionais e quais eram as práticas que se ocultavam no documento oficial, mas que se materializavam no cotidiano escolar. Pudemos observar que as escolas tratavam de temas que versavam acerca da diversidade cultural, sexual e étnica, mas que não tratavam especificamente do contexto fronteiriço refletido no contexto escolar. A fronteira associada às escolas da cidade foi exprimida apenas no PPP da instituição que recebeu o Programa Escolas Interculturais de Fronteira – PEIF. O programa governamental traz consigo a perspectiva da educação intercultural e bilíngue para as escolas localizadas na região de fronteira. Acreditamos assim, que esta perspectiva deve ser endossada como um horizonte fértil para fomentar reflexões no âmbito institucional e também das proposições político-pedagógicas direcionadas às salas de aula. A não centralidade dada ao tema das crianças falantes de espanhol nos PPPs mostrou-se um problema visto que as professoras já lidam com esta realidade cotidianamente. Incluir esta reflexão nos documentos poderia implicar na promoção de formação continuada para estas educadoras, e no ensino que possa contemplar a realidade sociocultural das crianças que provém de outros países latino-americanos Este trabajo pretende reflexionar sobre la realidad escolar de los niños hablantes de
español en tres escuelas municipales de la ciudad de Foz do Iguaçu. La municipalidad
iguaçuense encuentra-se en una región de triple frontera con Argentina y Paraguay, este
escenario educacional es permeado por la admisión de niños no-brasileños en las
instituciones escolares. Se Pretendió analizar se la dimensión de la relación de estas
escuelas, con la frontera y con los niños hablantes de español, era considerada en sus
Proyectos Políticos-Pedagógicos (PPPs). Recorremos los documentos buscando los
términos “Frontera”, “Cultura” y “Diversidad”, como conceptos que podrían guiar la
reflexión acerca de este escenario socioeducativo. Los PPPs son documentos regentes
de la acciones administrativas y pedagógicas de las escuelas. Por lo tanto, en seguida de
la analice de sus datos, dirigimos la analice hacia la observación en las tres escuelas.
Tuvimos el objetivo de comprender cuales eran las propuestas concebidas en estés
documentos institucionales y cuales eran las prácticas que estaban ocultas en el ámbito
oficial pero que se hacia visible en el cotidiano escolar. Observamos que la escuela
lograba tratar de temas que versaban acerca de la diversidad cultural, sexual y étnica. Sin
embargo, no lograba tratar de lo remetía al contexto fronterizo y sus reflejos en la realidad
escolar. La frontera asociada a las escuelas de la ciudad solo se hace mención en el PPP
de la institución que recibiste el Programa Escuelas Interculturales de Frontera – PEIF. El
programa gubernamental trae consigo la perspectiva de la educación intercultural y
bilingüe para las escuelas ubicadas en región de frontera. Creemos, por lo tanto, que esta
perspectiva debe ser respaldada como un horizonte fértil para fomentar reflexiones en el
ámbito institucional y también de las proposiciones político-pedagógicas dirigidas hacia
las clases. La no centralidad dada al tema de los niños hablantes de español en los PPPs
demostróse un problema en la medida que las maestras ya lidian con esta realidad en su
cotidiano. Incluir esta reflexión en los documentos podría potencializar la promoción de
formación continuada para estas educadoras, y en la enseñanza que pueda abarcar la
realidad sociocultural de los niños que proviene de otro países latino-americanos This paper intends to debate about the educational reality of the Spanish speaker
children in three municipal schools in Foz do Iguaçu. The city is centered in a triple
border region with Argentina and Paraguay, where the educational system is filled
with non-Brazilian children in school institutions. It was intended to analyze if the
relationship between the schools, the border and the Spanish speaker children was
considered in their Politic-pedagogical Projects (PPPs). We covered the documents
searching for the terms “Border”, “Culture” and “Diversity” as concepts that could
orientate the debate about this socio-educational scenario. The PPPs are guiding
documents for administrative and pedagogic actions on schools. In this way, after
analyzing the documents, we directed the analysis to the observation in the three
schools, trying to understand what was intended on the institutional documents and
what was occulted on the official paper, but was materialized on day-to-day basis.
We could observe that the school deals with cultural, sexual and ethnics diversity, but
did not manage the border context in the school’s context. The border associated to
the schools’ city was only expressed on the school’s PPP that received the
Intercultural Border Schools Program – PEIF. The governmental program brings
intercultural and bilingual perspective to schools in border regions. We believe that
this perspective must be endorsed as a fertile horizon to foment reflections in
institutional levels and politic-pedagogical propositions for the classroom. Not to have
the Spanish speaker children reality being centered in the PPPs is seeing as a
problem that the teachers deal with on a daily basis. Include this reflection on the
documents could lead to professional qualification for these educators, and in an
education that contemplates the sociocultural reality of the children that come from
other Latin-American countries