Guerreiros do Arco-Íris: os caminhos e descaminhos da descolonização na Bolívia no início do século XXI
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Fecha
2014-10-23Autor
Delgado, Ana Carolina Teixeira
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O ano de 2006 converteu-se para muitos num momento sem precedentes na
história da Bolívia, marcado pela chegada ao poder de seu primeiro presidente
indígena após um período de intensas mobilizações promovidas por uma maioria
indígena e camponesa e que resultaram em mortes e na renúncia de dois
presidentes. Neste sentido, a ascensão de Evo Morales à Presidência representou
para estes atores coletivos a concretização de um processo de mudança mais
profundo, pautado pela idéia de descolonização e que refletia o seu
empoderamento após séculos de submissão ao colonizador, bem como à elite
criolla e mestiça. Contudo a união entre estes grupos indígenas e camponeses e
sua aliança com o governo são colocadas à prova ao longo do processo em meio à
reconstrução do Estado, à reconfiguração do cenário político-social boliviano e à
percepção entre alguns de um autoritarismo da parte governamental. Neste
trabalho, procuramos entender como as relações entre os distintos protagonistas
do processo, caracterizados por identidades étnicas e classistas, são expressas na
Bolívia neste inicio de século, analisando a permanência de uma mentalidade e de
práticas coloniais entre os mesmos. The year of 2006 might be interpreted as an unprecedented moment in
Bolivian history, marked by the election of its first indigenous president over a
period of intense mobilization. Organized by a majority composed of indigenous
and peasant groups, the protests resulted in many deaths and the resignation of
two presidents. In that sense, Evo Morales emergence to the Presidency
represented to these collective actors the achievement of a deeper process of
change, characterized by the idea of decolonization, reflecting those groups’
empowerment after centuries of submission to the colonizer and the creolle and
mestizo elite as well. Nevertheless, the ties between indigenous and peasants
organizations and their alliance with the government were put in check in the
course of events, distinguished by the refoundation of the Bolivian State, the
rebuilding of the political scene and what was perceived as a tyrannical position
on the part of governmental authorities. In this work, we intend to understand how
relations among decolonization protagonists, self-identified according their
ethnicity and class affiliation, are expressed in Bolivia at the beginning of this
century. We investigate the permanence of a colonial mentality and its practices
during the process