Baixas doses de extrato de Cannabis sativa no incremento motor e na dor do paciente com doença de Parkinson: uma série de casos
Abstract
Estudos sugerem que o uso de canabinoides pode ser um alvo útil para melhorar os
sintomas motores refratários ao tratamento convencional na Doença de Parkinson,
bem como dos níveis de dor. Atualmente, as terapias disponíveis baseiam-se na
reposição dopaminérgica e promovem diversos efeitos adversos que prejudicam a
qualidade de vida dos pacientes. Neste contexto, este estudo consistiu em uma série
de casos e avaliou o efeito terapêutico de duas doses baixas de extrato de
canabinoides sob a sintomatologia motora, funcional e dor em pacientes portadores
de Doença de Parkison idiopática. Para isso, foram administrados duas doses
diferentes de canabinoides à quatro pacientes previamente diagnosticados, em
tratamento estável com levodopa, com estadiamento Hohen e Yahr entre 3 e 4. Dois
pacientes receberam uma dose diária de extrato contendo 250μg de
tetrahidrocanabinol e 28μg de canabidiol durante 60 dias administrado na forma de
óleo por via oral, e os outros dois pacientes receberam uma dose diária de extrato
contendo 1000μg de tetrahidrocanabinol e 112μg de canabidiol durante 60 dias,
administrado na forma de óleo por via oral. Foi realizada uma avaliação basal e após
15, 30 e 60 dias de intervenção. As avaliações incluíram análise da capacidade motora
e dor com o uso da ferramenta BioFeed®, a Escala Unificada de Avaliação da Doença
de Parkinson e o questionário de dor McGill. O conjunto de dados obtidos indicou, de
modo geral, potencial dos canabinoides em promover incremento da capacidade
motora e funcional do paciente com Doença de Parkinson, demonstrados em conjunto
pelas duas ferramentas motoras utilizadas, bem como relatos dos pacientes. Foi
demonstrado melhora dos escores da Escala Unificada de Avaliação da Doença de
Parkinson para os pacientes nos quais o sintoma de rigidez eram mais proeminentes,
bem como obteve-se melhora ne execução de movimentos avaliados pelo BioFeed®,
sem apresentar qualquer efeito psicoativo. Entretanto, a faixa de dose utilizada não
promoveu melhora dos níveis de dor em nenhum caso. Considerando que os
tratamentos atuais não possuem eficácia a longo prazo, os resultados obtidos nestes
casos são promissores para as duas doses testadas, em especial a menor dose, e
devem ser explorados em novos estudos para comprovar eficácia e explorar maiores
faixas de doses. Diversos estudios sugieren que el uso de canabinoides puede ser útil para mejorar los
síntomas motores refractarios al tratamiento convencional en la enfermedad de
Parkinson, así como en los niveles de dolor. Actualmente, las terapias disponibles se
basan en la reposición dopaminérgica y promueven diversos efectos adversos que
perjudican la calidad de vida de los pacientes. En este contexto, este estudio consistió
en una serie de casos y evaluó el efecto terapéutico de dos dosis bajas de extracto de
canabinoides sobre la sintomatología motora, funcional y el dolor en pacientes
portadores de enfermedad de Parkinson idiopática. Para ello, se administraron dos
dosis diferentes de canabinoides a cuatro pacientes previamente diagnosticados, en
tratamiento estable con levodopa, con estadificación Hohen y Yahr entre 3 y 4. Dos
pacientes recibieron una dosis diaria de extracto que contenía 250 μg de
tetrahidrocannabinol y 28 μg de cannabidiol durante 60 días, administrado como un
aceite oral, y los otros dos pacientes recibieron una dosis diaria de extracto que
contenía 1000 μg de tetrahidrocannabiol y 112μg de cannabidiol durante 60 días,
administrado como un aceite oral. Se realizó una evaluación basal y 15, 30 y 60 días
después de la intervención. Las evaluaciones incluyeron análisis de la capacidad
motora y dolor con el uso del BioFeed®, la Escala Unificada de Evaluación de la
Enfermedad de Parkinson y el cuestionario de dolor McGill. El conjunto de datos
obtenidos indicó, en general, potencial de los canabinoides en promover un
incremento de la capacidad motora y funcional del paciente con Enfermedad de
Parkinson, demostrados en conjunto por las dos herramientas motoras utilizadas, así
como por relatos de los pacientes. Se demostró una mejora de los scores de la Escala
Unificada de Evaluación de la Enfermedad de Parkinson para los pacientes en los que
el síntoma de rigidez era más prominente, así como se obtuvo una mejora en la
ejecución de movimientos evaluados por BioFeed®, sin presentar ningún efecto
psicoactivo. Sin embargo, el rango de dosis utilizado no promovió mejora de los
niveles de dolor en ningún caso. Considerando que los tratamientos actuales no tienen
eficacia a largo plazo, los resultados obtenidos en estos casos son prometedores y
deben ser explorados en nuevos estudios para comprobar eficacia y explorar mayores
rangos de dosis Several studies has been shown that the use of cannabinoids may be a useful tool for
improving motor symptoms refractory to conventional treatment in Parkinson's
paitents. Also, cannabinoids can reduce the pain, a non-motor symptom very common
in these patients. Currently available therapies are based on dopaminergic
replacement and promote various adverse effects that reduce patients' quality of life.
In this context, this study is a series of cases that evaluated the therapeutic effect of
two low doses of cannabinoid extract on motor, functional and pain symptoms in
patients with idiophatic Parkinson’s Disease. Two different doses of cannabinoids were
administered to four patients previously diagnosed and in stable treatment with
levodopa, with Hohen and Yahr stage between 3 and 4. Two patients received a daily
dose of 250 μg of tetrahydrocannabinol and 28 μg of cannabidiol for 60 days,
administered as an oil orally. Other two patients received a daily dose of extract
containing 1000μg of tetrahydrocannabinol and 112μg of cannabidiol for 60 days,
administered as an oil orally. A baseline evaluation was performed and after 15, 30
and 60 days of intervention. Assessments included motor ability and pain analysis
using BioFeed®, the Unified Parkinson's Disease Assessment Scale, and the McGill
Pain Questionnaire. The results showed that cannabinoids generally promoted an
improvement on motor and functional capacity of the Parkinson’s disease patient,
taking account both motor tools used. The patients' reports agreed with the motor
evaluation tools results. Improvement of symptoms were higher in patients that had
presented high level of stiffness. Both doses did not cause any psychoative effect in
any patient. However, the dose range used did not improve pain levels in any case.
Considering that current treatments do not have long-term efficacy, the results
obtained in this study have potential to be a new treatment, but new studies are
necessary to extend and to improve the treatment approach