Zapatismo, hegenomia e ruptura com o capitalismo
Resumo
Este trabalho discute a ação do zapatismo, pensado enquanto
movimento engajado na superação da ordem capitalista, a partir de
uma perspectiva gramsciana, levando também em consideração a
proposta de expansão dos conceitos de hegemonia, sociedade civil,
sociedade política e bloco histórico para o âmbito internacional,
formulada por Robert Cox (1981, 1993). O principal argumento aqui
desenvolvido é o de que o zapatismo atua na busca da desconstrução
da hegemonia burguesa, no sentido conferido por Gramsci (2000)
ao termo: a disputa, no interior da sociedade civil, para romper a
hegemonia vigente e desconstruir o bloco histórico correspondente,
em favor de valores, ideias e práticas sociais opostos aos dominantes,
e também através da constituição de formas de organização social
e econômica anti-capitalistas e socializantes, nos territórios sob seu
controle