Feminicídio, homicídio e as relações internacionais: uma comparação sobre a cobertura jornalística das mortes de Martina Piazza e Matías Galíndez
Resumo
Esse artigo compara a cobertura de portais jornalísticos dada ao feminicídio de Martina Piazza, estudante da Universidade Federal da Integração Latinoamericana, em 2014 e ao homicídio do artista Matías Galíndez, em 2017. O objetivo é, a partir das constatações da análise dos casos, realizar uma discussão sobre as questões de gênero. Parte-se de duas premissas para analisar os casos: a primeira é que por serem estudante e artista, respectivamente, a mídia e o governo não os enxergam como relevantes socialmente; a outra é que, no caso Martina, o fato da vítima ser mulher colabora para que este caso seja ainda mais invisível ao governo e mídia. A partir da metodologia quantitativa foi realizado um levantamento sobre as notícias que tiveram o tema como pauta, as fontes entrevistadas e o número de fontes privilegiadas nas coberturas, enquanto que a partir da metodologia qualitativa foram analisadas a origem das fontes entrevistadas e as ações das organizações internacionais a partir da morte de dois uruguaios em território brasileiro. Os dados que subsidiam a análise realizada ao longo do texto apontam que houve maior mobilização internacional relacionada ao caso Matías, enquanto o caso Martina permaneceu invisível no debate internacional