Percepção da integração regional na fronteira do Brasil, Argentina e Paraguay: Foz do Iguaçu, Puerto Iguazu, Ciudad del Este

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Data

2015-11

Autores

Fritsch, Raphael Christian Fuhr
Lima Júnior, Jayme Benvenuto

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Resumo

A pesquisa tem como objetivo compreender o grau de integração existente nos diversos âmbitos na região de confluência tri-nacional (Foz do Iguaçu –Brasil-; Ciudad del Este –Paraguai-; Puerto Yguazú –Argentina-) a partir de uma abordagem teórica pós colonial. A metodologia da pesquisa consistiu na realização de entrevistas junto a representantes de nove setores da sociedade nas três cidades: 1) Comércio; 2) Educação; 3) Saúde; 4) Controle de fronteiras; 5) Polícia; 6) Governo local; 7) Transporte; 8) Comunidade; e 9) Moto-taxistas. Estas entrevistas, gravadas em áudio e/ou vídeo e transcritas, foram analisadas por nós e a partir delas elaborado um texto base e uma exposição audiovisual com os resultados parciais avaliados e validados em dois eventos organizados pelo grupo de pesquisa: um direcionado aos entrevistados e professores convidados com experiência nas temáticas fronteiriças, regionais e da integração; e um segundo direcionado a professores, técnico-administrativos e estudantes da UNILA. Uma vez apoderados das contribuições oriundas dos participantes, das entrevistas e das considerações e percepções durante as entrevistas, assim como da bibliografia sobre o tema, partiu-se para a redação dos resultados da pesquisa, que atualmente se encontra em sua etapa final de elaboração. Sobre os resultados da pesquisa, constatou-se que o Mercosul pouco ou nada contribuiu para o processo de integração, ficando muito aquém do imaginado à época da sua constituição, não logrando instituir políticas que priorizem a integração das cidades desta fronteira, e mantendo assim a centralidade decisória dos Estados em Assunção, Buenos Aires e Brasília. A integração existente se daria, constatado nas entrevistas, quase na sua totalidade, no cotidiano de trabalhadores, comerciantes e compradores, justificando assim a percepção da integração por parte dos entrevistados como sendo de caráter não muito além da comercial. Em contrapartida constatou-se a pouca integração existente no âmbito educacional, cultural, da saúde, do transporte, infraestrutura, turismo, apesar de muito desejada pelos cidadãos residentes. Os cidadãos da fronteira desejam ampliar a integração entre seus países, desejam uma maior permeabilidade nos controles para facilitar a circulação de pessoas, acesso a serviços e produtos, uma vez que de alguma maneira possuem origens semelhantes, compartilham idiomas próximos e inclusive as misturaram fazendo com que o portunhol ou o espanhés não sejam de nenhum, mas de todos, o idioma dos irmãos. A integração precisa ser imaginada desde a fronteira, desenhada pelos povos locais mediante modelos nos quais se encontrem plasmadas as demandas jurídicas, econômicas, políticas e sociais a serem reivindicadas junto aos políticos locais, nacionais e inclusive junto ao Mercosul. Uma vez imaginada e constituída, a possibilidade de reverberação pelo interior de cada um dos países terá a força de quebrar pré-conceitos e possibilitar visualizar novas aproximações. Agradecemos à UNILA pela bolsa PIBIC-UNILA de iniciação científica concedida.

Descrição

Anais do IV Encontro de Iniciação Científica da Unila - “UNILA 5 anos: Integração em Ciência, Tecnologia e Cultura na Tríplice Fronteira” - 05 e 06 de novembro de 2015 – Sessão Relações Internacionais

Palavras-chave

Integração, Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai), Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), Pós-colonialidade

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