Silva, RonaldoSouza, Angela Maria de2017-02-172017-02-172013-07-03https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/966Anais do II Encontro de Iniciação Científica e de Extensão da Unila - Sessão de Antropologia - 03/07/13 – 13h30 às 18h30 - Unila-PTI - Bloco 09 – Espaço 03 – Sala 02Para delinear o rap, m ́ usica que faz parte do Movimento Hip Hop, como agente de letra- mento de reexistˆencia busca-se compreender o contexto social e art ́ ıstico do qual este faz parte. Situado na regi ̃ ao de tr ́ ıplice fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina, Foz do Igua ̧cu ́e co- nhecida internacionalmente atrav ́es do Parque Nacional do Igua ̧cu e da Usina Hidrel ́etrica de Itaipu. A cidade ganha forma a partir da constru ̧c ̃ ao da Usina de Itaipu, com a sua importˆancia na forma ̧c ̃ ao da infraestrutura da cidade e na constru ̧c ̃ao de bairros. No inicio da constru ̧c ̃ ao da Usina de Itapiu, a cidade contava com menos de 30 mil habitantes, o censo do IBGE 2010 aponta 250.088 habitantes. Al ́em da Usina de Itaipu, a constru ̧c ̃ao da ponte que liga Brasil e Paraguai ? Ponte da Amizade e a inaugura ̧c ̃ao da BR-277, s ̃ao decisivos para aceleramento do desenvolvimento comercial e aumento populacional da cidade. Neste contexto hist ́ orico, o Movimento hip hop de Foz do Igua ̧cu inicia-se na d ́ecada de 1990, dez anos ap ́os iniciar em S ̃ao Paulo e Bras ́ ılia. O Movimento hip hop em Foz do Igua ̧cu constitui diversos grupos que atuam em bairro como Cidade Nova, Vila Portes, Porto Meira e outros. Para an ́ alise deste contexto de pesquisa s ̃ao utilizados conceitos norteadores como Cultura (Geertz, 2011), Fluxo (Hannerz, 1997) e Letramento (Kleiman, 2010; Souza, 2009). A partir dos apontamento te ́oricos e do contexto hist ́orico da cidade de Foz do Igua ̧cu, percebe-se este Movimento em fluxo se rearticu- lando entre fronteiras sociais e culturais. O trabalho de campo constitui-se pela participa ̧c ̃ ao em eventos, entrevistas, coleta de materiais como document ́arios, v ́ ıdeos e musicas dispon ́ ıveis em ambiente virtual, aliado a observa ̧c ̃ao etnogr ́ a fica atrav ́es da intera ̧c ̃ao com grupos de rap como Aliados da Periferia, Mandamentos da Rua, Quinto Naipe e Mano Zeu, sendo este u ́ ltimo um importante interlocutor que possibilitou a amplia ̧c ̃ ao das redes de contato. Com estes grupos foi poss ́ ıvel perceber uma redefini ̧c ̃ao da cidade de Foz do Igua ̧cu e regi ̃ao que a cerca, bem como os usos e apropria ̧c ̃oes dos espa ̧co urbano como cen ́ario de suas manifesta ̧c ̃oes est ́etico- musicais e pol ́ ıticas. Assim, vemos o rap enquanto um agente de express ̃ao e transforma ̧c ̃ ao da realidade social e cultural, bem como de representa ̧c ̃ oes sobre a cidade, a partir da produ ̧c ̃ ao das narrativas musicais, nos encontros e debates, em ensaios e apresenta ̧c ̃ oes musicais, al ́em dos fanzines (meio de express ̃ao escrita). Por fim, o rap se manifesta em fluxos de conhecimento das vivencias cotidianas, ́e um agente cultural em que jovens s ̃ ao letrados por meio de suas pr ́aticas de sociabilidade social e cultural. Enquanto agente cultural de letramento, percebe-se a existˆencia de uma pr ́atica de reexistir `a quest ̃ oes de ra ̧ca, de cor, de gˆenero, opress ̃ oes, injusti ̧cas.poropenAccessFronteiraHip-hop (Cultura popular)Estéticas Afro-Latino-Americanas: o rap como agente de letramento de reexistênciaconferenceObject