Destro, Gessica2024-11-252024-11-252024DESTRO, Gessica. 2024. Avaliação dos efeitos agudos do extrato full spectrum rico em canabidiol nos sintomas centrais do TEA em adultos com diagnóstico tardio: uma série de casos. Orientadores: NASCIMENTO, Francisney Pinto do (orientador); SILVA, Elton Gomes da (coorientador). 132 f.. Dissertação (Mestrado) - PPG-BC (Programa de Pós-Graduação em Biociências), UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), Foz do Iguaçu.https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/8692Dissertação de mestrado apresentada ao PPG-BC (Programa de Pós-Graduação em Biociências), do ILACVN (Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza), da UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências.O Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi categorizado conforme o DSM-5-TR como um transtorno do neurodesenvolvimento. Esse transtorno é marcado por prejuízos significativos no desenvolvimento de habilidades sociocomunicativas e pela presença de comportamentos, interesses ou atividades restritas e repetitivas. Sua etiologia foi influenciada por fatores genéticos e ambientais, tornando o diagnóstico precoce e a intervenção terapêutica essenciais. Ainda não há tratamento farmacológico diretamente indicado ao autismo; os fármacos são prescritos para ajustar sintomas como agitação, agressividade, ansiedade, distúrbios do sono, entre outros, podendo gerar uma gama de efeitos adversos, trazendo muitas limitações no tratamento. Diante desse cenário, a Cannabis emerge como um potencial terapêutico devido à sua interação com o sistema endocanabinoide (SEC), que modula diferentes funções fisiológicas importantes. Estudos clínicos apontam a relação entre alterações no SEC e mudanças comportamentais no TEA, assim como resultados positivos do tratamento com canabinoides em pacientes com epilepsia refratária, condição muito presente em concomitante com o TEA, trazendo alterações comportamentais relevantes dentro do espectro autista. Entretanto, os estudos clínicos atuais foram em grande parte feitos com crianças, além de apresentarem limitações nas avaliações dos sintomas centrais do autismo. Portanto, esse estudo teve como objetivo registrar e relatar uma série de casos, investigando os efeitos farmacológicos dos canabinoides como terapia adjuvante de 13 pacientes adultos diagnosticados tardiamente com TEA, que faziam uso de outras medicações e apresentavam refratariedade ao tratamento convencional. Cada indivíduo recebeu tratamento com óleo integral de Cannabis full spectrum sendo a proporção de 75:1 CBD:THC com dosagem inicial de 6 gotas diárias, representando 15mg de CBD e 0,045mg de THC, via oral, administrada duas vezes ao dia, após as refeições, com titulação de dose no 4° dia de uso, fazendo isso até a obtenção de resultados esperados sem efeitos adversos indesejáveis, com dosagem máxima de 200mg/dia de CBD. O tratamento teve duração de 30 dias de administração. Os critérios de inclusão e exclusão foram definidos englobando pacientes com diagnóstico de TEA de acordo com o DSM-5, excluindo aqueles com histórico de transtorno psicótico, tratamento eficaz com outro fármaco e diagnósticos diferenciais que afetaram severamente a cognição ou que tinham feito uso de Cannabis há pelo menos 90 dias (3 meses). As avaliações foram conduzidas por meio da escala SRS-2 (desfecho primário), Vineland-3 para avaliar desenvolvimento de habilidades adaptativas como desfecho secundário e protocolo DEMC (protocolo para avaliar a dose, efeito adverso e melhora no tratamento com Cannabis), avaliando assim o impacto da medicação nos sintomas centrais do autismo, comportamento adaptativo e melhoras autorrelatadas e segurança. Após 30 dias de tratamento com óleo de Cannabis, observou-se melhora significativa nas habilidades sociais e comportamentais dos participantes, com redução média de 14,04% nos déficits sociais e 15% nos déficits comportamentais, conforme a escala SRS-2. A escala Vineland-3 não demonstrou melhorias estatisticamente significativas nos domínios de socialização, comunicação e atividades da vida diária, mas houve uma redução significativa de 10,14% no comportamento mal adaptado. O protocolo DEMC registrou melhorias em sintomas como sono, humor e redução da agitação, com efeitos adversos transitórios e manejáveis.viopenAccesscannabis sativacanabidioltetraidrocanabinolautismoneurodesenvolvimentoAvaliação dos efeitos agudos do extrato full spectrum rico em canabidiol nos sintomas centrais do TEA em adultos com diagnóstico tardio: uma série de casosThesis