da Silva, Silvia Sônia2024-04-292024-04-292024https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/7964Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em Energia e Sustentabilidade.Monitorar a qualidade da água dos rios é vital, especialmente quando suas águas são usadas para consumo ou descarte de esgoto. Em 1992, o "Lixão Arroio Dourado" que margeava o Arroio Dourado, afluente do manancial de abastecimento de Foz do Iguaçu - Rio Tamanduá - foi desativado. Tal proximidade levantara questionamentos sobre a influência do lixão na qualidade da água do Arroio. Este estudo buscou responder a esses questionamentos, utilizando diversas estratégias para o monitoramento da qualidade da água. Na primeira estratégia, o estudo incluiu monitoramento hidrológico, caracterização da bacia hidrográfica e análise estatística de variáveis ambientais, incluindo íons, glifosato, ácido aminometilfosfônico (AMPA) e parâmetros físico-químicos. Essa abordagem permitiu uma compreensão mais profunda da amostragem ideal e da relação dos poluentes com o uso e ocupação da bacia hidrográfica. Utilizou-se técnicas como análise de agrupamento (Cluster) e correlação de Spearman (rs). Formaram-se clusters entre as nascentes, no ponto a montante do lixão e nos pontos a jusante do lixão e exutório (p=0,8629). Os meses recomendados para amostragem foram fevereiro, maio, julho, setembro e novembro (p=0,8971). Os valores permitidos foram ultrapassados nas legislações brasileiras e/ou europeias para águas superficiais nos íons nitrato e fosfato, glifosato e AMPA. As correlações evidenciaram vínculos entre poluentes provenientes da atividade agrícola. Na segunda estratégia para monitoramento de rios desenvolveu-se ferramenta de baixo custo, incluindo aplicativo (AQUA), caixa de imagens e kit colorimétrico. Possibilitou diferenciação espacial nos teores de amônia, ortofosfato, ferro e nitrito em rios urbanos, como o Arroio Dourado. O mapa georreferenciado conseguiu indicar poluição na água em cenários comunitários em tempo real. Na terceira estratégia, examinou-se 492 parâmetros de qualidade hídrica, incluindo contaminantes emergentes. Realizou-se a caracterização do risco por meio do Quociente de Perigo (HQ), onde o índice de perigo (HI) foi determinado pela soma dos contaminantes em estudo. Avaliou-se o risco excessivo de incidência de câncer (ELCR) por meio da exposição aos elementos cancerígenos, sendo encontrados alumínio, ferro, níquel, manganês, selênio e coliformes termotolerantes em desconformidade com as legislações analisadas. O selênio apresentou HQ>1. O HI também apresentou valor superior a 1 devido à maior concentração de selênio. Os resultados de ELCR foram inferiores aos riscos de câncer atrazina e chumbo e superior para o arsênio. Foram detectados compostos emergentes como atrazina, simazina e ciproconazol, de origem agrícola, além de hidrocarboneto policíclico aromático. Conclui-se que, ao contrário da atividade agrícola, a presença do lixão desativado na paisagem não foi determinante na distribuição dos poluentes na água do rio. Considerando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 6 – Água potável e Saneamento – que instrui a apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais como aprimoramento da gestão hídrica, este estudo contribuiu ao monitorar o Arroio Dourado e desenvolver uma ferramenta para a vigilância ambiental participativa.poropenAccessqualidade da águacompostos emergentesexposição e avaliação de riscoaplicativo de celularagrotóxicosEstratégias de monitoramento de poluentes em rios: caso do Arroio Dourado.doctoralThesis