Remes, Bruna Luísa Buratto2023-12-062023-12-062023https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/7789Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Estudos Latino-Americanos.O presente trabalho mobiliza, de forma interdisciplinar, os aparatos teórico-metodológicos da Análise de Discurso e da Comunicação para identificar construções discursivas que pudessem estar relacionadas ao antigo sentimento de não pertencimento ou não identificação do brasileiro em relação à América Latina. Sabe-se que, durante a Segunda Guerra, houve diversas estratégias dos Estados Unidos para aproximar-se cultural, econômica e politicamente do Brasil (processo de “americanização”), e que, por meio da Política da Boa Vizinhança, os meios de comunicação de massa participaram como agentes na invenção, manutenção e venda de um ideal de progresso estadunidense. Considerando tais aspectos das condições de produção do corpus de análise, composto de onze anúncios das revistas Seleções e O Cruzeiro de 1945, a pesquisa foi orientada a partir das seguintes perguntas: De que forma tais discursos de “americanização” poderiam contribuir para a formação do imaginário de identidade nacional dos brasileiros? Que modelos teriam sido atribuídos como norteadores do desenvolvimento nacional? E que efeitos de sentido poderiam ser produzidos por esses discursos em relação à América Latina? Partindo dos gestos de leitura do arquivo e mobilizando conceitos como formações imaginárias (referenciando Michel Pêcheux), compreende-se a criação de um imaginário de “americano ideal” pautado no discurso produzido sobre os Estados Unidos, o qual reunia aspectos como elegância, beleza, conforto, desenvolvimento, modernidade e prazer. Identifica-se a construção de um imaginário de latino-americano paradoxal, associado ao conceito de tropical e caracterizado com exotismo, desconforto, atraso, intempéries socioambientais, desordem e exploração. Essas características também se aplicam ao imaginário criado sobre o brasileiro, por ter as mesmas condicionantes históricas. Contudo, entende-se que a discursiva adição de desejos, aspirações e possibilidades de ascensão (especialmente por meio da aproximação com os Estados Unidos) permitiria ao brasileiro enxergar-se como diferente das demais nações latino-americanas.poropenAccessAmericanizaçãoAnálise do discursoIdentidadeImaginárioMeios de comunicação de massaO imaginário do americano ideal: análise discursiva de anúncios em seleções e o cruzeiro (1945)masterThesis