Oliveira, Laura de2025-08-142025-08-142025-08-14DE OLIVEIRA , LAURA. Direção e idade das dispersões das linhagens de Atelidae (Primates: Platyrrhini) na Região Neotropical. 2025. 48p. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Neotropical – Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, 2025.https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/9224Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Neotropical, do Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Biodiversidade Neotropical.A Família Atelidae compreende os maiores primatas vivos das Américas e inclui quatro gêneros, Alouatta, Ateles, Brachyteles e Lagothrix. As espécies desse grupo ocupam uma ampla área geográfica, que se estende da América Central ao norte do Uruguai. A partir da localização geográfica das espécies e de suas relações evolutivas, a biogeografia histórica permite estimar como as linhagens evoluíram na ocupação geográfica ao longo do tempo, por meio de processos de dispersão e extinção local, além de reconstruir suas áreas ancestrais. Diante disso, este estudo reconstruiu a direção e o tempo dos eventos de dispersão das espécies da família Atelidae na Região Neotropical. Para isso, adotamos a hipótese filogenética proposta por Springer et al. (2012) e atualizada por Silvestro et al. (2019). Obtivemos as distribuições geográficas das espécies nos bancos de dados da International Union for Conservation of Nature (IUCN) e do Global Biodiversity Information Facility (GBIF). Aplicamos o esquema de regionalização dos macacos do Novo Mundo e codificamos as bioregiões com base na presença ou ausência das espécies. Reconstruímos as áreas ancestrais e inferimos os eventos de dispersão utilizando o modelo dispersão-extinção-cladogênese. Posteriormente, aplicamos o mapeamento estocástico biogeográfico. A direção e o tempo dos eventos de dispersão foram analisados por meio de visualizações em rede e histogramas de frequência normalizadas. A Amazônia Ocidental (WAM) foi identificada como a área ancestral mais frequente para todo o clado Atelidae, especialmente para Ateles. O gênero Brachyteles teve origem na Mata Atlântica Sul (SAF), enquanto Alouatta apresentou uma distribuição ancestral mais complexa, e Lagothrix originou-se entre a WAM e a Amazônia Oriental (EAM). A análise direcional estabeleceu a WAM como a principal fonte de dispersões, com movimentos predominantes em direção à EAM, ao Chaco (CHA) e ao Chocó (CHO). As rotas de dispersão datam do final do Mioceno, com a maior parte concentrando-se no Plioceno e Pleistoceno. Além disso, os resultados indicaram que a dispersão ocorreu em quatro fases distintas. Entre 35 e 5 milhões de anos atrás (Ma), os eventos de dispersão foram pouco frequentes, mas passaram a se intensificar gradualmente, culminando em grande aumento a partir de 4 Ma até o presente. Um aumento expressivo na frequência relativa de dispersão foi registrado entre 12 e 10 Ma. Esse período também se sobrepõe a importantes transformações geológicas, como a transição do sistema Pebas para o sistema Acre na bacia amazônica e a regressão do Mar Paranaense, que favoreceram a conexão entre os biomas Amazônia e Mata Atlântica. Este estudo evidenciou a importância central dos eventos de dispersão na construção da história evolutiva e na distribuição geográfica atual da família Atelidae na região Neotropical. Resumen La familia Atelidae comprende los primates vivos más grandes de las Américas e incluye cuatro géneros: Alouatta, Ateles, Brachyteles y Lagothrix. Las especies de este grupo ocupan una amplia área geográfica que se extiende desde América Central hasta el norte de Uruguay. A partir de la ubicación geográfica de las especies y de sus relaciones evolutivas, la biogeografía histórica permite estimar cómo evolucionaron las distintas líneas en su ocupación espacial a lo largo del tiempo, mediante procesos de dispersión y extinción local, además de reconstruir sus áreas ancestrales. En este contexto, este estudio reconstruyó la dirección y el momento de los eventos de dispersión de las especies de la familia Atelidae en la región Neotropical. Para ello, se adoptó la hipótesis filogenética propuesta por Springer et al. (2012) y actualizada por Silvestro et al. (2019). Las distribuciones geográficas de las especies se obtuvieron a partir de las bases de datos de la Unión Internacional para la Conservación de la Naturaleza (IUCN) y del Global Biodiversity Information Facility (GBIF). Se aplicó el esquema de regionalización de los monos del Nuevo Mundo y se codificaron las bioregiones con base en la presencia o ausencia de las especies. Las áreas ancestrales se reconstruyeron y los eventos de dispersión se infirieron mediante el modelo de dispersión-extinción-cladogénesis, seguido del mapeo estocástico biogeográfico. La dirección y el momento de los eventos de dispersión fueron analizados mediante visualizaciones en red e histogramas de frecuencia normalizada. La Amazonía Occidental (WAM) fue identificada como el área ancestral más frecuente para todo el clado Atelidae, especialmente para Ateles. El género Brachyteles se originó en la Mata Atlántica Sur (SAF), mientras que Alouatta presentó una distribución ancestral más compleja, y Lagothrix se originó entre WAM y la Amazonía Oriental (EAM). El análisis direccional estableció a WAM como la principal fuente de dispersión, con movimientos predominantes hacia EAM, el Chaco (CHA) y el Chocó (CHO). Las rutas de dispersión se remontan al final del Mioceno, concentrándose en su mayoría durante el Plioceno y el Pleistoceno. Además, los resultados indicaron que la dispersión ocurrió en cuatro fases distintas. Entre 35 y 5 millones de años atrás (Ma), los eventos de dispersión fueron poco frecuentes, pero comenzaron a intensificarse gradualmente, con un marcado aumento a partir de 4 Ma hasta el presente. Un incremento notable en la frecuencia relativa de dispersión se registró entre 12 y 10 Ma, coincidiendo con importantes transformaciones geológicas, como la transición del sistema Pebas al sistema Acre en la cuenca amazónica y la regresión del Mar Paranaense, que favorecieron la conexión entre los biomas amazónico y atlántico. Este estudio evidenció la importancia central de los eventos de dispersión en la construcción de la historia evolutiva y en la configuración geográfica actual de la familia Atelidae en la región Neotropical.viopenAccessprimatasbiogeografiaevolução (Biologia)dispersão humanaDireção e idade das dispersões das linhagens de Atelidae (Primates: Platyrrhini) na região neotropical