Jomaa, Hajar Jihad2025-07-072025-07-072025-07-07https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/9137Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Relações Internacionais.Esta dissertação investiga os sentidos, os efeitos e os desafios da participação brasileira no comando da Força-Tarefa Marítima da UNIFIL (FTM), missão naval da ONU inserida no contexto do conflito entre Israel e Hezbollah. Entre 2011 e 2020, o Brasil liderou de forma contínua essa força multinacional, assumindo um papel inédito na história das operações de paz das Nações Unidas. A pesquisa parte do seguinte problema: como a atuação brasileira na FTM-UNIFIL influenciou sua inserção internacional e quais foram os desdobramentos operacionais, diplomáticos e estratégicos dessa experiência? O objetivo central é analisar a participação brasileira como um caso exemplar dos dilemas enfrentados por países em desenvolvimento que buscam ampliar sua projeção global por meio da diplomacia de defesa. A hipótese da pesquisa sustenta que, embora a liderança na FTM tenha contribuído para fortalecer a imagem internacional do Brasil e sua capacidade diplomático-operacional, a experiência também revelou limitações institucionais, doutrinárias e orçamentárias que comprometeram a sustentabilidade do engajamento no longo prazo. Com abordagem qualitativa e exploratória, a metodologia apoia-se na análise documental de fontes primárias e secundárias — incluindo resoluções do Conselho de Segurança da ONU, relatórios do Secretário-Geral, documentos do Ministério da Defesa e da Marinha do Brasil, bem como publicações acadêmicas nacionais e internacionais. A análise combina evidências empíricas com aportes teóricos sobre operações de paz, segurança marítima e inserção internacional de potências emergentes. A estrutura do trabalho compreende três capítulos principais: o primeiro aborda a evolução histórica e conceitual das operações de paz da ONU; o segundo examina o caso da UNIFIL, com foco na dimensão marítima; e o terceiro disseca a atuação brasileira a partir de três eixos: desempenho operacional, contribuições institucionais e entraves estruturais. Os resultados revelam que o Brasil teve sua liderança reconhecida pela moderação diplomática e pela promoção da cooperação com a Marinha Libanesa. Contudo, também evidenciam a ausência de uma doutrina nacional consolidada para missões navais de paz e a fragilidade na articulação entre política externa e política de defesa. Assim, a pesquisa contribui para o debate sobre a sustentabilidade das operações de paz lideradas pelo Brasil, oferecendo subsídios valiosos para refletir sobre os limites e as possibilidades da atuação internacional de potências emergentes no campo da segurança global.viopenAccessForça-Tarefa Marítima (FTM)Conselho de Segurança da ONUdiplomaciapazAnálise das operações de paz: a participação brasileira na UNIFIL no Comando da Força Tarefa MarítimaThesis